O Presidente angolano disse hoje que a produção agrícola no país está a crescer e que é necessário aumentar a quantidade e qualidade dos produtos, tendo garantido estímulos contínuos aos agentes económicos para o escoamento da produção.
João Lourenço, que falava à imprensa após inaugurar uma fábrica de óleos alimentares, em Luanda, assegurou que o seu executivo vai continuar a trabalhar para o surgimento de mais unidades fabris, sobretudo no ramo da agroindústria.
“O que temos de fazer é continuar a lutar para que mais unidades destas surjam, não apenas no domínio da refinação do óleo, mas, de uma forma geral, na produção e transformação dos produtos do campo em produtos prontos para o consumo”, afirmou.
João Lourenço assegurou também que a produção agrícola em Angola está a crescer, salientando que imagens de caravanas de camiões com produtos importados (batata e cebola) de países vizinhos fazem parte do passado.
“Essa imagem deixou de existir, já ninguém vê essas caravanas e, se as vir, são produtos produzidos por nós, produzidos no interior que vêm para os grandes mercados, sobretudo o de Luanda”, respondeu aos jornalistas.
O país “está bem [no domínio da produção agrícola], ainda temos muito que fazer, mas estamos bem. Precisamos é aumentar a quantidade do que se produz e melhorar também a qualidade do que se produz”, frisou.
João Lourenço inaugurou hoje a Refitec – Fábrica de Óleos Alimentares, instalada na zona da Boavista, em Luanda, com capacidade para refinar e processar 500 toneladas diárias de óleo de palma, óleo de soja, girassol e outras gorduras e óleos vegetais.
O investimento, afeto ao Grupo Naval – conglomerado de várias empresas que atuam nos setores do comércio, indústria e serviços –, visa transformar o setor de óleos alimentares em Angola e garantir uma quota de mercado superior a 50%.
Questionado se o executivo angolano deve continuar a estimular os agentes económicos no escoamento de produtos do campo para a cidade, o chefe de Estado angolano respondeu afirmativamente, ressalvando que o estímulo estatal não se traduz em comprar viaturas para os operadores.
“É preciso deixar claro que estimular não é esperar que seja o executivo a comprar as carrinhas e camiões e entregá-los aos agentes privados. Este investimento não tem de ser público, quem abraçar esse negócio tem de recorrer à banca”, observou.
O ministro da Indústria e Comércio, Rui Miguêns, referiu, na ocasião, que, com a entrada em produção da Refitec, Angola passa a contar com uma capacidade total de 1.300 toneladas por dia de óleo alimentar, devendo alcançar 1.700 toneladas por dia com a entrada em funcionamento “para breve” de mais uma fábrica em Luanda.
“Este projeto é um elo vital na cadeia produtiva de óleos alimentares, setor estratégico para a soberania alimentar angolana. Ao processar localmente reduzimos as importações, fortalecemos a moeda nacional e criamos empregos qualificados”, apontou.
Por sua vez, o diretor financeiro do Grupo Naval, Eduardo Barbosa, deu conta que o conglomerado empresarial investiu entre 2019 e 2022 cerca de 200 milhões de dólares (185 milhões de euros) na industrialização da cadeia alimentar de Angola.
O complexo industrial (com uma linha de enchimento capaz de embalar mais de 1.000.000 de litros de óleo por dia) opera com tecnologia de ponta e padrões rigorosos de sustentabilidade, sistema de tratamento de afluentes, controlo de emissões atmosféricas e reaproveitamento de resíduos industriais, explicou ainda o empresário.
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