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António Costa acusa PCP de “irresponsabilidade política” ao chumbar Orçamento do Estado para 2022

Jerónimo de Sousa diz que houve “resistências incompreensíveis” por parte do Governo. Em relação às próximas eleições, diz que “mediante a correlação de forças, pode surgir uma solução governativa”, mas recusa fazer “contas antecipadas”.
TVI
4 Janeiro 2022, 21h29

O secretário-geral do Partido Socialista (PS) acusou esta terça-feira o Partido Comunista Português (PCP) de “irresponsabilidade política” por ter chumbado o Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) e Jerónimo de Sousa retorquiu que houve “resistências incompreensíveis” do Governo, nomeadamente no aumento dos salários médios e da caducidade dos contratos coletivos.

“O país percebe bem que esta crise política que foi criada com o chumbo do OE, em plena pandemia, num momento em que o país tinha de estar focado na recuperação económica e social, foi um ato de enorme irresponsabilidade política”, afirmou António Costa, no debate para as eleições legislativas que está a ser transmitido pela TVI.  “Em pandemia, algum primeiro-ministro quer abrir uma crise e ir para eleições”, interrogou.

Jerónimo de Sousa explicou que nas negociações do OE2022 o PCP colocou três pontos em cima da mesa ao Executivo: a revogação da legislação laboral, que na opinião dos comunistas toca direitos coletivos dos trabalhadores, os salários – como o aumento do ordenado mínimo nacional para 755 euros – e o reforço do SNS e a valorização dos profissionais de saúde.

“Estas eleições não são para primeiro-ministro são para eleger 230 deputados, portanto mediante a correlação de forças, pode surgir uma solução governativa (…). Não terei a precipitação de fazer contas antecipadas. Os eleitores decidirão. Vamos aguardar pelo resultado”, disse ainda o secretário-geral do PCP, quando questionado sobre a necessidade de uma maioria absoluta do PS na próxima ida às urnas.

António Costa e Jerónimo de Sousa confrontam-se em sinal aberto pela primeira vez depois do chumbo do OE2022 a 27 de outubro de 2021, que consequentemente levou à dissolução da Assembleia da República e marcação de eleições antecipadas para 30 de janeiro.

Este é um dos três debates nos quais Jerónimo de Sousa participará – ou seja, os que se realizam em canal aberto, tal como sucedeu nas eleições legislativas de 2019. Segue-se o debate de 12 de janeiro (quarta-feira) com o PSD, na SIC, e o debate conjunto, com os restantes candidatos, que está marcado para 17 de janeiro, na RTP.

Esta tarde realizou-se o debate entre Catarina Martins (Bloco de Esquerda) e Rui Tavares (Livre), às 18h00 na SIC Notícias, e às 22h00 acontecerá o frente-a-frente entre Francisco Rodrigues dos Santos (CDS-PP) e Inês Sousa Leal (PAN), na RTP3.

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