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António Filipe do PCP: “A eutanásia nem sequer constava dos programas eleitorais apresentados em 2015”

“A posição do PCP não radica em considerações morais ou religiosas. Radica na consideração de que o que deve prevalecer nas opções do legislador é o valor intrínseco da vida e não a valorização da vida humana em função da sua utilidade, de interesses económicos, ou de discutíveis padrões de dignidade social”, afirmou o deputado comunista.
29 Maio 2018, 17h22

Coube ao deputado António Filipe a defesa da posição do PCP que vai votar contra os quatro projetos de lei que visam a despenalização da morte assistida, esta tarde, em reunião plenária da Assembleia da República. “A posição do PCP não radica em considerações morais ou religiosas. Radica na consideração de que o que deve prevalecer nas opções do legislador é o valor intrínseco da vida e não a valorização da vida humana em função da sua utilidade, de interesses económicos, ou de discutíveis padrões de dignidade social”, afirmou o deputado comunista.

António Filipe sublinhou também que “a eutanásia nem sequer constava dos programas eleitorais apresentados em 2015” pelos partidos com representação parlamentar. Em alternativa, o deputado do PCP argumentou que a prioridade do legislador deve ser a de capacitar o Serviço Nacional de Saúde dos meios necessários para assegurar os cuidados paliativos.

Por outro lado, o deputado comunista invocou estatísticas relativas à Holanda, país onde a eutanásia é legal. “Em 2016, a eutanásia representava 4% dos óbitos na Holanda, incluindo 32 pessoas com demência e 60 pessoas com problemas psiquiátricos”, sublinhou António Filipe, considerando que “a natureza do capitalismo encarrega-se de tornar tudo muito mais fácil. O legislador limitou-se a abrir cautelosamente a porta, mas alguém mais se encarregou de a arrombar”.

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