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APEMIP: Mexidas na taxa liberatória vão ter um “efeito perverso no mercado de arrendamento”

“O resultado do englobamento destes rendimentos acabará por ser o aumento do despejo, dos preços, e das dificuldades dos cidadãos em encontrar casa, devido ao decréscimo da oferta”, avisa o presidente da APEMIP, Luís Lima.
14 Novembro 2019, 09h59

A Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária (APEMIP) considera que a possibilidade de tornar o englobamento obrigatório para rendimentos prediais vai ter um “efeito perverso no mercado de arrendamento”.

A associação defende a “manutenção da Taxa Liberatória para contratos celebrados à margem do programa de arrendamento acessível ou dos contratos celebrados a prazos mais dilatados”.

“Acredito que a intenção do Governo seja boa, em prol da dinamização do programa de arrendamento acessível e da promoção da celebração de contratos de maior duração, mas o efeito que terá no mercado será perverso, como aliás pude confirmar nos imensos testemunhos que tenho recebido”, diz o presidente da APEMIP em comunicado divulgado esta quinta-feira.

“O resultado do englobamento destes rendimentos acabará por ser o aumento do despejo, dos preços, e das dificuldades dos cidadãos em encontrar casa, devido ao decréscimo da oferta. Os proprietários preferem vender os seus ativos, do que disponibilizar as suas casas no mercado de arrendamento nestas condições. Para além disso, está-se a ignorar que também há muita procura por arrendamento de curta duração, sobretudo pelos mais jovens. Com esta medida, a oferta vai diminuir ainda mais, o que se refletirá depois nos preços, e adensará a falta de dinâmica no mercado de arrendamento urbano”, avisa Luís Lima.

O representante das imobiliárias considera que está a ser dado um sinal “de que o imobiliário não é confiável e de que as regras estão constantemente a mudar a meio do jogo”.

“Tenho muitas dificuldades em compreender esta intenção em agir sobre os rendimentos prediais, e ainda mais, quando não se anuncia o englobamento obrigatório para outro tipo de rendimentos, como o de aplicações financeiras”, remata o líder da APEMIP.

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