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Aumentos salariais: Bancários preparam manifestações em setembro devido a impasse negocial

Bancos mantêm proposta de 0,7%. Sindicatos insistem em 2,1% e sector diz que está a avaliar impacto, tendo já desmarcado duas reuniões em Julho. Próximo encontro do grupo negociador só ocorrerá no início de Setembro e, se resposta não for positiva, bancários antecipam manifestações nacionais às portas dos bancos e não excluem greves.
31 Julho 2018, 07h37

A Federação Nacional do Sector Financeiros (Febase) critica bancos de protelarem negociações para aumentos salariais dos bancos, depois das duas últimas reuniões marcada para 17 e 27 de julho terem sido adiadas pelo Grupo Negociador das Instituições de Crédito (GNIC).  Sindicatos garantem que já decidido: bancários vão avançar para manifestações nacionais  às portas dos bancos. No início de Setembro, caso resposta das instituições de crédito não seja positiva  nessa data.

A garantia foi dada ao Jornal Económico por Mário Mourão, presidente da Febase, que dá conta que depois de desmarcada a reunião do grupo negociador prevista para 17 de julho, os bancos voltaram a adiar a nova ronda negocial marcada para 27 de julho, alegando que nem todas as instituições de crédito tinham ainda avaliado o impacto financeiro da proposta de aumentos de 2,1% dos sindicatos dos bancários verticais que integram a Febase.

“A reunião de 27 de julho foi mais uma vez adiada, tendo sido dada a indicação de que um banco não deu resposta à proposta que está em cima da mesa”, afirma Mário Mourão, criticando o “impasse” na negociação colectiva com o grupo negociador dos bancos que insistem na fasquia de aumentos salariais de 0,7%. A reunião marcada para dia 17 de julho foi adiada pelo GNIC, que evocou, para o efeito, estar ainda a contabilizar os impactos financeiros da proposta do Grupo Negociador Febase.

Para o presidente da Febase, actualização salarial dos bancários “está bloqueada”,  aguardando-se agora nova reunião com os bancos para o início de setembro, e os trabalhadores “estão a ser empurrados para um beco sem saída”.

A federação promete “não baixar os braços” e alertou para o facto de, no caso de a situação “não ser desbloqueada” na próxima reunião que deverá ocorrer após as férias, no início de setembro, que os sindicatos vão avançar “com manifestações junto aos bancos e fazer uma greve nacional”.

“Estamos a estudar formas de pressão. Já decidimos avançar com manifestações, a nível nacional, juntos dos bancos logo no início de setembro se não houver uma resposta positiva da Associação Portuguesa de Bancos (APB) [que integra o  GNIC]”, revelou ao JE Mário Mourão, realçando que também “não está excluída a greve”.

O presidente da Febase acrescenta que estas formas de luta se devem ao “forte descontentamento dos trabalhadores que tiveram de enfrentar a crise, os despedimentos e a ausência de aumentos salários nos últimos anos”.

Recorde-se que as instituições de crédito mantêm proposta de 0,7%, contra os  2,1%reclamados pelos sindicatos dos bancários, numa fasquia que começou nos 3% e que baixou com o objetivo de manter as negociações em aberto. Bancos encontram-se a avaliar proposta sindical.

Na semana passada, a federação que agrega os sindicatos dos bancários ligados à UGT deu conta que a  “na revisão salarial do ACT, as instituições de crédito continuam a protelar as negociações e a esquivar-se de acordar com a Febase um aumento salarial digno para os bancários”

Em declarações ao Jornal Económico, Rui Riso, presidente do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas (SBSI) avançou, por seu turno, que as instituições de crédito encontram-se a avaliar a proposta dos sindicatos de aumentos de 1,25% na tabela salarial, mais um aumento no subsídio de almoço e a contratualização de um subsídio de apoio à Natalidade. Ou seja, um total de 2,1% de aumentos salariais.

Em causa está uma avaliação dos custos para o sector, tendo em conta que os aumentos salariais dos trabalhadores no activo têm de ser reflectidos também nos reformados do sector bancário com o aumento das pensões.

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