O regime de layoff será a solução encontrada pela Autoeuropa para lidar com a necessidade de interromper a produção, depois de um fornecedor esloveno ter sido fortemente afetado pelas fortes chuvas que causaram danos em extensas áreas do país. A hipótese preocupa os trabalhadores, que temem um corte substancial do seu vencimento durante este período, mas também o Governo, dado o impacto da fábrica da Volkswagen na economia portuguesa.
A que se deve a interrupção na produção da Autoeuropa?
Um fornecedor indireto da fábrica de Palmela – abastece fornecedores intermédios – foi severamente afetado pelas cheias na Eslovénia, determinando a interrupção da sua atividade. A empresa de Ljubno depara-se com limpezas e arranjos na sua fábrica que irão significar a interrupção total da produção pelo menos até outubro, quando estimam retomar de forma parcial. Sendo um componente essencial da linha de montagem da Autoeuropa, a interrupção do fornecimento obrigará à interrupção da produção.
Quanto tempo estima a fábrica portuguesa estar fechada?
A Autoeuropa estima uma paragem de nove semanas, ou seja, de 11 de setembro a 12 de novembro, período durante o qual será ativado o regime de layoff. A estimativa passa também pelo pior cenário, podendo, caso a evolução seja favorável, ser um período mais reduzido. Ainda assim, há rescisões equacionadas e que poderão avançar.
O que temem os trabalhadores?
Além da redução salarial associada ao regime de layoff, os trabalhadores da maior fábrica do país receiam ser visados pelas rescisões faladas, além de pedirem melhores condições durante a interrupção da produção. O regime de layoff implica o pagamento de dois terços do salário durante a paragem, uma percentagem que os trabalhadores querem ver melhorada, apontando mesmo ao pagamento integral dos salários. Esta segunda-feira, a administração da empresa volta a reunir com a Comissão de Trabalhadores para discutirem o assunto.
Quais as consequências para Portugal?
Numa altura em que o comercio internacional perde gás e os principais compradores de produtos e serviços portugueses atravessam dificuldades claras – a começar pela Alemanha, de onde provém a detentora da Autoeuropa, a Volkswagen –, problemas na maior fábrica do país só irão contribuir para um abrandamento ainda mais brusco da componente externa e, por arrasto, trazer menos crescimento para o país. Chegando a 1,5% da economia nacional, a fábrica de Palmela alimenta ainda um ecossistema de outras empresas com quem tem relações comerciais em Portugal, que agora verão também um forte rombo na sua atividade com a suspensão da Autoeuropa.
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