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Banca europeia alcança lucros históricos, mas Alemanha fica para trás

O ambiente de juros ainda elevados, apesar de o BCE ter começado a cortar no verão, e a maior procura por empréstimos por parte das famílias ajudaram os bancos europeus a alcançarem lucros históricos no ano passado. Mas nem todos devem conseguir acompanhar este movimento, nomeadamente as instituições financeiras na Alemanha.
15 Fevereiro 2025, 13h00

O ano de 2024 foi muito positivo para os resultados da banca europeia. Foram várias as instituições financeiras que alcançaram lucros histórico, beneficiando de um ambiente de taxas de juro ainda elevadas – apesar de terem começado a recuar no verão – e de um aumento da procura por empréstimos. No entanto, os números anuais já divulgados mostram que nem todas crescerem ao mesmo ritmo, com os bancos do sul da Europa a liderarem, enquanto os alemães estão a ficar para trás.

Em Portugal, o Santander alcançou lucros históricos de 990 milhões no ano passado. “2024 foi um ano muito bom para o Santander em Portugal, aliás, para o Santander a nível global”, disse Pedro Castro e Almeida, CEO do banco na apresentação dos resultados. Também o BPI obteve um resultado recorde de 588 milhões no mesmo período, num ano em que conseguiu captar mais poupanças, mas também dar mais crédito.

Os principais bancos espanhóis também lucraram mais de 31,5 mil milhões de euros em 2024, o que representa um crescimento de 20,5% face ao ano anterior, deixando para trás a incerteza vivida após o colapso financeiro de 2008, escreve o “El Economista” este sábado.

Em França e Itália, as instituições financeiras obtiveram lucros históricos, a rondar os 20,5 mil milhões e 23 mil milhões de euros, respetivamente. O Intesa SanPaolo aumentou os resultados em 11% e revelou que espera conseguir obter um crescimento ainda mais significativo em 2025. Já o BNP Paribas alcançou lucros de 11,6 mil milhões, os melhores de sempre.

A perspetiva não é, porém, tão positiva para os bancos alemães, que parecem ter ficado para trás nesta onda de lucros históricos, escreve o jornal espanhol, travando os resultados recorde do setor financeiro do Velho Continente. A previsão é de que o Deutsche Bank vai registar um lucro em 2024 que vai ficar mais de 50% abaixo do recorde registado antes da crise financeira.

O mesmo está a acontecer no Reino Unido. O Barclays teve um desempenho acima daquele alcançado no ano anterior, mas o resultado líquido atribuível não ultrapassou os máximos de 2021. Os investidores aguardam agora pelos resultados do HSBC e do Lloyds, e as expectativas também não são muito positivas. Os analistas esperam que o maior banco britânico não consiga alcançar os números do ano passado. “A margem financeira terá sido afetada por um aumento do custo dos depósitos”, afirma Benjamin Toms, analista do RBC.

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