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Banco Montepio com lucros de 35,3 milhões a subirem 210%

O banco liderado por Pedro Leitão diz que esta evolução favorável foi determinada pelo aumento do produto bancário, com destaque para a margem financeira e para as comissões, e pela maior reversão do custo com imparidades e provisões, em particular as relacionadas com o risco de crédito, apesar do peso das contribuições regulatórias para o sector bancário que ascenderam a 11,3 milhões de euros.
28 Abril 2023, 09h19

O Banco Montepio apresentou um resultado líquido consolidado positivo de 35,3 milhões de euros no primeiro trimestre de 2023, o que representa um aumento de 23,9 milhões, ou 209,6% face aos 11,4 milhões de euros registados no período homólogo de 2022, num contexto de maior eficiência operacional, com o rácio cost-to-income a fixar-se em 50,2% e de melhoria significativa do risco de balanço com o rácio de NPE (Non Performing Exposure) a quebrar a barreira dos 5%, fixando-se em 4,8%.

São já sete trimestres consecutivos com resultados líquidos positivos.

O banco liderado por Pedro Leitão diz que esta evolução favorável foi determinada pelo aumento do produto bancário, com destaque para a margem financeira e para as comissões, e pela maior reversão do custo com imparidades e provisões, em particular as relacionadas com o risco de crédito, apesar do peso das contribuições regulatórias para o setor bancário que ascenderam a 11,3 milhões de euros.

“Os resultados alcançados no primeiro trimestre de 2023 permitiram reforçar os rácios de capital para níveis confortavelmente acima dos requisitos regulamentares, com um aumento significativo da rendibilidade consubstanciada num ROE (Return on Equity) de 9,3%”, revela o banco.

O produto bancário core ascendeu aos 122,9 milhões, traduzindo um aumento de 39,9 milhões num ano, com a margem financeira a crescer 70,4% e as comissões 8,7%.

A receita da margem financeira ascendeu aos 90,2 milhões tendo registado um aumento de 70,4% nos primeiros três meses de 2023 face aos 53,0  milhões apurados no período homólogo de 2022, beneficiando das subidas registadas na margem financeira comercial em 45,2  milhões de euros e na carteira de títulos em 5,5 milhões, não obstante o aumento dos encargos com os juros associados ao financiamento.

As Comissões líquidas totalizaram 32,7 milhões nos primeiros três meses de 2023, superiores em 2,6 milhões às relevadas no período homólogo de 2022.

Os Resultados de operações financeiras foram de -0,3 milhões nos primeiros três meses de 2023, observando-se uma diminuição de 12,9 milhões face ao valor do período homólogo de 2022 devido aos menores resultados de reavaliação cambial em 13,3 milhões de euros.

Por outro lado, os custos operacionais totalizaram 65,9 milhões nos primeiros três meses de 2023, comparando com 57,9 milhões apurados no período homólogo de 2022.

O banco que implementa um plano de corte de pessoal, revela que nos três primeiros meses de 2023, os custos com pessoal ascenderam a 41,8 milhões de euros, mais 6,2 milhões num ano. “Excluindo o impacto da contabilização dos custos não recorrentes relacionados com o programa de ajustamento do quadro de colaboradores, os custos com pessoal teriam aumentado 2,2 milhões (+6,6%) em relação ao
período homólogo de 2022″, refere a instituição.

O rácio de eficiência melhora para os 50,2% (-19,4 p.p. num ano), beneficiando do aumento do produto bancário core.

O banco ressalva que as demonstrações financeiras consolidadas do Grupo Banco Montepio, reportadas a 31 de março de 2023, consideram a aplicação da IFRS 5 no processo de consolidação das demonstrações financeiras do Finibanco Angola na sequência do acordo assinado com o Access Bank para a alienação da participação financeira detida nesta subsidiária.

“Neste sentido, e de forma a proporcionar a comparabilidade das demonstrações financeiras, procedeu-se à reexpressão da demonstração dos resultados para o período homólogo de 2022, apresentando-se o resultado gerado pelo Finibanco Angola na linha denominada “Resultados de operações em descontinuação”, ao mesmo tempo que, para efeitos comparativos, se apresenta também a reexpressão do balanço, passando os ativos e os passivos a estarem relevados, respetivamente, nas rubricas “Ativos não correntes detidos para venda – Operações em descontinuação” e “Passivos não correntes detidos para venda – Operações em descontinuação”.

O Banco Montepio continua numa trajetória de redução do crédito malparado. O agregado das Imparidades e Provisões atingiu o valor líquido negativo de -10,5 milhões de euros nos primeiros três meses de 2023, representando uma reversão superior em 3,7 milhões face ao valor observado no período homólogo de 2022.

As imparidades de crédito nos primeiros três meses de 2023 totalizaram um valor líquido negativo de -14,4 milhões, o que compara com -6,1 milhões no período homólogo de 2022, o que evidencia a melhoria da qualidade creditícia da carteira e o dinamismo registado ao nível da recuperação de crédito.

“Com efeito, a política definida pelo Banco Montepio para a tomada de risco de crédito e as medidas que têm vindo a ser implementadas nas áreas de acompanhamento e de recuperação de crédito foram decisivas para a evolução das imparidades, tendo determinado um custo do risco negativo de -0,5%, que compara favoravelmente com os 0,1% registados em 2022”, diz o banco.

O custo do risco de crédito foi de -0,5%, que compara com os 0,1% registados em 2022, suportado na melhoria da qualidade da carteira de crédito concedido.

Verifica-se uma redução das exposições não produtivas (NPE) em 74 milhões de euros, menos 11% face ao valor de 31 de dezembro de 2022, e uma redução do rácio NPE para 4,8%, comparando favoravelmente com os 7,8% apurados em 31 de março de 2022, e materializando uma descida de 0,5 p.p, no trimestre e a maior descida anual no rácio (-3,0 p.p.) dos últimos 7 anos.

O rácio NPE, líquido de imparidade para riscos de crédito, situou-se em 2,0% com um reforço dos níveis de cobertura dos NPE por imparidades para 58,6% (56,5% em 31 de dezembro de 2022) e para 106,5% (103,9% no final de 2022) se considerados os colaterais e as garantias financeiras associadas.

Os ativos ponderados pelo risco (RWA) registaram uma diminuição de 521 milhões no final do primeiro trimestre de 2023 face ao valor apurado no final do período homólogo do ano anterior, “em resultado da estratégia adotada de redução dos ativos não produtivos e da realização de titularização sintética no final do ano anterior”.

O banco salienta a “forte redução da exposição ao risco imobiliário para os 363 milhões de euros (-8,8% num ano), representando um peso inferior a 2,0% do ativo líquido (2,1% no final de 2022), tendo-se assim alcançado uma das metas delineadas no âmbito do plano
estratégico”.

As imparidades de outros ativos financeiros, de outros ativos e outras provisões totalizaram 4,0 milhões de euros no final de março de 2023, face aos -0,6 milhões contabilizados no período homólogo de 2022, “traduzindo o reforço das imparidades para imóveis de negociação e das dotações relacionadas com a aquisição de dívida pública para a carteira de outros ativos financeiros ao custo amortizado”.

No balanço destaca-se o Crédito a Clientes (bruto) que atingiu os 12,0 mil milhões de euros; e os Depósitos de Clientes que totalizaram 12,7 mil milhões de euros, com o segmento de Particulares a representar 73% do total.

O Crédito a Clientes (bruto) totalizou 11.971 milhões em 31 de março de 2023, “materializando a estratégia de contínua redução das exposições não produtivas, com o crédito non-performing a registar uma redução de 74 milhões (-11%) face ao valor apurado no final de 2022, fixando-se em 573 milhões de euros.

Já os Depósitos de Clientes atingiram os 12.678 milhões de euros no final de março de 2023, menos 437 milhões face ao valor apurado no final de 2022. Para esta evolução contribuíram a variação dos depósitos dos Clientes Particulares (-378 milhões) e dos Clientes Empresa (-59 milhões).

O banco destaca ainda que, e conforme previsto no plano de ajustamento operacional, deu-se continuidade à simplificação da estrutura societária e à melhoria do modelo operativo do Grupo, com a integração operacional do Banco de Empresas Montepio (BEM) no Banco Montepio.

No final do primeiro trimestre de 2023 o rácio de Fundos Próprios Principais de nível 1 (CET1) proforma apurado tendo por base as regras phasing-in, ascendeu aos 13,6%, registando uma variação positiva de 0,9 p.p. em relação ao final do período homólogo de 2022.

“Atentas as regras fully implemented, o CET1 proforma fixou-se nos 13,5%, que compara com um rácio proforma de 12,2% no final de março de 2022, revelando uma confortável posição acima do requisito mínimo regulamentar de 9,09%”, refere o banco.

O rácio de Capital Total proforma em phasing-in ascendeu a 16,1% comparando com 15,0% no final de março de 2022 e fixou-se nos 16,0% fully implemented (14,6% no final do primeiro trimestre de 2022), também acima do requisito mínimo de 14,01%.

O Rácio LCR atingiu os 219,0% em 31 de março de 2023, “confortavelmente acima do requisito mínimo regulamentar de 100% e o Rácio NSFR fixou-se em 121,3% no final do primeiro trimestre de 2023, 21,3 p.p. acima do requisito mínimo regulamentar”.

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