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Bankinter Portugal com 85 milhões de resultados antes de impostos

O banco espanhol obteve resultados de 418 milhões de euros até junho, a subirem 54%, com crescimentos em todas as linhas de negócio e filiais do grupo.
20 Julho 2023, 08h46

O Bankinter registou a 30 de junho um resultado antes de impostos de 625,2 milhões de euros, mais 67,2% do que há um ano, e um resultado líquido de 417,9 milhões de euros, o que representa um crescimento de 54,2% relativamente ao mesmo período de 2022, apesar de no primeiro trimestre deste ano o banco ter efetuado na totalidade o pagamento correspondente ao novo imposto sobre o sector financeiro em Espanha, que ascendeu a 77,5 milhões de euros.

“O Bankinter Portugal continua a registar um importante crescimento na sua atividade com clientes, obtendo um resultado antes de impostos de 85 milhões de euros no primeiro semestre de 2023”, revela o banco espanhol que apresenta hoje os seus resultados do primeiro semestre.

A carteira de crédito em Portugal atingiu os 8.500 milhões de euros, mais 14% do que há um ano, dos quais 5.900 milhões são referentes à Banca Comercial (+14%) e 2.600 milhões dizem respeito à Banca de Empresas (+13%).

Em termos de qualidade da carteira de crédito, o Bankinter Portugal regista um rácio de morosidade do crédito de 1,27%, revelou a administração do banco na conferência de imprensa.

Quantos aos pedidos de reestruturação do crédito hipotecário que o Bankinter Portugal recebeu, ao abrigo do diploma do Governo, o CFO do banco espanhol, Jacobo Diaz disse que não era expressivo, assim como os pedidos para a bonificação dos juros criada pelo Governo.

A sucursal portuguesa do banco espanhol, que é liderada por Alberto Ramos, viu os recursos dos clientes alcançarem os 6.900 milhões de euros, o que traduz uma subida de 6%, dos quais os recursos fora do balanço (por exemplo fundos de investimento) somou 3.900 milhões (-0,2%).

Todas as rubricas da conta de resultados da sucursal portuguesa registam crescimento. A margem de juros semestral situa-se nos 118 milhões de euros, o que representa mais 116% do que no mesmo período de 2022. As comissões líquidas somam 34 milhões de euros, o que traduz uma subida de 7%.  Relativamente à margem bruta, o crescimento é de 81% para 148 milhões.

Os custos também subiram 7% para 47 milhões de euros. As provisões para riscos de crédito e outras, em Portugal, duplicaram num ano para 15 milhões de euros.

Com tudo isto, no final do semestre, o resultado antes de impostos do Bankinter Portugal chega aos 85 milhões de euros, mais 184% do que há um ano.

Nas contas do grupo espanhol o destaque vai para a rentabilidade dos capitais próprios, ROE que atingiu 15,5% o que compara com  10,1% um ano antes, e um ROTE de 16,4%, “valores que se situam entre os melhores do setor financeiro”, acrescenta o banco.

Quanto ao rácio de capital CET1 fully loaded alcança os 12,3%, com uma diferença de 4,5 pontos percentuais acima do mínimo regulatório exigido ao Bankinter, que é 7,73%. Este requisito é o mais baixo entre os bancos cotados em Espanha.

O rácio de morosidade do crédito (Non-Performing Loans, ou NPL) mantém-se em 2,2%, praticamente igual ao rácio de malparado de 2,1% de há um ano, e com uma melhoria substancial da cobertura por imparidades, que passa dos 64,7% de há 12 meses para os atuais 66,3%. Na carteira do Bankinter apenas em Espanha, o rácio de mora  é de 2,5%, que compara bem face aos dados do setor até abril deste ano, nos 3,55%, de acordo com o Banco de Espanha.

 O rácio de eficiência a 30 de junho melhora substancialmente, atingido os 35,4%, que compara com o valor do período homólogo, que era de 44,4%. “Se considerarmos apenas os dados relativos a Espanha, este rácio melhora ainda mais, situando-se nos 33,4%”, avança o banco em comunicado.

Relativamente à liquidez, o banco mantém um volume de depósitos acima do volume de créditos, com um rácio de 105,5%, estando inclusive acima do volume registado no final do ano, que era de 102,8%.

A conta de resultados do grupo Bankinter revela que “todas as rubricas da conta de resultados registam crescimentos notáveis, em linha com a tendência observada no primeiro trimestre do ano, fruto da evolução favorável das taxas de juro e de maiores quotas de atividade comercial, que melhoraram tanto a atração e captação de negócio como a sua orientação para produtos de valor, com capacidade para gerar maiores receitas”.

No fim de junho, a margem financeira (de juros) alcançou os 1.068,3 milhões de euros, receita que é 60,5% superior ao período homólogo de 2022.

Quanto à margem bruta (que inclui comissões), situa-se nos 1.277,9 milhões de euros, o que representa um crescimento de 32,7% relativamente ao valor registado a 30 de junho de 2022. As comissões líquidas representam um contributo para a margem bruta, excluindo o imposto sobre a banca, de 22%.

Estas comissões ascenderam a 303 milhões de euros no primeiro semestre. Trata-se de um valor de receita que se mantém face ao ano anterior.

Relativamente à margem de exploração antes de provisões, situa-se nos 825,7 milhões de euros, o que representa uma subida de 54,3%, depois de absorvidos custos operacionais que são 5,7% superiores aos do período anterior, mas, em qualquer caso, são inferiores ao crescimento das receitas.

Os custos operativos somam 452 milhões de euros tendo agravado num ano 6%. Os custos regulatórios atingiram os 138 milhões de euros, quase duplicando face ao ano passado, tudo porque foi criado em Espanha um novo imposto sobre a banca que custou ao Bankinter 77 milhões de euros.

Ainda na conta de resultados, as provisões para crédito e outras totalizam os 200 milhões de euros, o que traduz um aumento de 24% face ao período homólogo do ano anterior.

O custo do risco piorou ligeiramente face a dezembro de 2022 e atingiu os 0,38%.

Nas rubricas do balanço, os ativos totais do Grupo Bankinter situam-se a 30 de junho nos 110.099,4 milhões de euros.

A carteira de crédito a clientes alcança o valor de 74.597 milhões de euros, quase mais 3% do que há um ano.

“Relativamente à carteira de crédito em Espanha, o crescimento é de 0,4%, num contexto de abrandamento desta atividade, que levou a uma descida média de 2,1% do crédito no setor, de acordo com os dados até maio do Banco de Espanha”, avança a instituição liderada por Maria Dolores Dancausa.

Quanto aos recursos dos clientes do retalho, o valor registado a 30 de junho é de 77.958,5 milhões de euros, apenas 0,5% acima do de há um ano, ainda que muito superior ao valor verificado no final do ano de 2022, que foi de 75.200 milhões de euros.

“Destaque para o importante crescimento em produtos de investimento, com maior valor agregado para os clientes, como os de renda fixa ou os fundos de investimento e de pensões”, refere o grupo.

Assim, o total de recursos geridos fora do balanço (fundos de investimento próprios ou de terceiros, fundos de pensões e gestão patrimonial/SICAVS) crescem 11,9%.

Relativamente às das geografias em que o banco espanhol opera, todas elas na União Europeia, “o Bankinter Portugal continua a mostrar-se como um negócio muito rentável, com todos os seus indicadores de atividade com clientes, rubricas da conta de resultados e resultados em constante crescimento”, realça o grupo.

Nas outras subsidiárias, o Bankinter Consumer Finance, a filial do banco dedicada ao negócio do consumo, revela uma carteira de crédito que alcança pela primeira vez os 6.000 milhões de euros, mais 39% relativamente a junho de 2022. Deste valor, 4.300 milhões correspondem a produtos de consumo, empréstimos pessoais e cartões, e o restante, 1.700 milhões de euros, são as hipotecas na Irlanda, comercializadas nesse país através da marca Avant Money, um valor que é 92% superior ao de há um ano.

Recorde-se que a Sonae e o Bankinter Consumer Finance formalizaram uma parceria para a criação de um operador líder em crédito ao consumo em Portugal. No âmbito deste acordo, o Universo passará a ser detido em partes iguais pelas duas instituições, com a Sonae a alienar uma participação de 50% do capital do Universo. “Ainda se está a desenvolver esse negócio” respondeu na conferência de imprensa o administrador financeiro do banco espanhol, Jacobo Diaz.

A marca Avant Money alcança já uma carteira de crédito, que inclui a carteira hipotecária, de 2.500 milhões de euros, com um crescimento de 64% relativamente a junho de 2022, com um rácio de mora insignificante de 0,4%.

Quanto à marca digital do Grupo, EVO Banco verifica-se que a carteira de crédito soma a 30 de junho deste ano 3.165 milhões de euros, 38% acima do valor de há 12 meses. Durante este primeiro semestre contrataram-se novas hipotecas no valor de 536 milhões de euros, 15% acima das hipotecas contratadas no primeiro semestre de 2022.

 

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