Em linha com o que o mercado tomava como quase certo, o Banco Central Europeu (BCE) optou esta quinta-feira por cortar os juros de referência para a zona euro em 25 pontos base (p.b.), a segunda descida este ano face a uma inflação em claro recuo que se aproxima cada vez mais do objetivo de médio-prazo da autoridade monetária.
A principal taxa de referência para a zona euro fica assim em 3,5% depois da reunião de hoje, uma decisão já largamente esperada pelos investidores e analistas face à queda sustentada da inflação este ano e a fragilidade da economia europeia, que volta a aproximar-se de uma situação de estagnação.
Fruto de ajustes técnicos, as taxas associadas às operações de refinanciamento e a taxa marginal de empréstimos recuaram para 3,65% e 3,9%, respetivamente.
O foco do mercado está agora no rumo da política monetária até final do ano, com o mercado à espera de pistas no discurso de Christine Lagarde, presidente do BCE, quanto a quantas mexidas e de que magnitude ocorrerão ainda.
Recorde-se que a leitura mais recente da inflação, de agosto, aponta para uma variação homóloga do índice de preços no consumidor (IPC) de 2,2% para o bloco da moeda única, uma descida significativa em relação aos 5,2% registados um ano antes. Excluindo as categorias de maior volatilidade, a energia e alimentação, a inflação manteve-se inalterada em 2,8%.
A reunião de setembro significa também uma atualização das projeções macroeconómicas do BCE, que reviu em ligeira baixa a expectativa de crescimento para este ano, que estava em 0,9% desde a atualização de verão, em junho. O banco espera agora um crescimento de 0,8%, uma redução coerente com a fraca prestação da economia na primeira metade do ano.
Para 2025, o BCE aponta agora a 1,3% de avanço do PIB e 1,5% no ano seguinte, ou seja, ambas as projeções foram cortadas também por 0,1 pontos percentuais (p.p.).
Do lado da inflação, a expectativa do BCE manteve-se inalterada, esperando um perfil de ligeira redução do indicador nos próximos anos. Este ano deverá fechar com 2,5% de variação, taxa que cai para 2,2% em 2025 e para 1,9% no ano seguinte. Na mesma linha, a taxa subjacente deve recuar de 2,9% este ano para 2,3% no próximo e 2,0% a fechar 2026.
Notícia atualizada às 13h26
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