O Banco Central Europeu (BCE) irá alargar os testes de resistência dos sistemas de informação dos bancos europeus a outras instituições, dando mais um passo no reforço da robustez contra ataques cibernéticos ou falhas em infraestruturas críticas.
Num discurso em Frankfurt, esta terça-feira, Patrick Montagner, membro do Conselho de Supervisão do BCE, destacou a importância de sistemas de gestão de dados eficientes e seguros, a fim de proteger o sistema bancário e financeiro não só de ameaças externas (tanto cibernéticas quanto eventos naturais extremos que possam afetar a infraestrutura ligada à gestão da informação), mas também de indicadores menos favoráveis.
Montagner sublinhou que, caso um “sistema vital bancário caia de repente”, seja por um “data centre que fica offline às 3 da manhã ou por cheias que destroem a infraestrutura crítica de um banco”, a rede financeira precisa ter um plano de contingência e recuperação, fundamental para manter a confiança das pessoas.
Na linha da Lei de Resistência Operacional Digital (DORA) e dos princípios para o reporte de riscos na coleta de dados (RDARR), os testes à robustez digital do sistema financeiro serão alargados a outras instituições europeias, como a Autoridade Bancária Europeia (EBA) e o Conselho Único de Resolução (CUR).
Em 2023 e 2024, o BCE já conduziu testes focados na resistência dos reguladores — ou seja, do próprio BCE e dos bancos centrais nacionais — e dos bancos nacionais. No primeiro semestre do ano passado, 109 instituições foram submetidas a estes testes, com 28 a incluírem testes “mais exaustivos”.
Além da questão da cibersegurança e resistência a possíveis ataques ou anomalias, a instituição liderada por Christine Lagarde quer avaliar ainda a transparência dos sistemas de informação da rede bancária e financeira europeia, avisando que irá impor medidas para forçar os bancos a adotar suas recomendações.
“Se os procedimentos de coleta de dados de um banco tornarem mais difícil para os reguladores ter uma visão completa dos seus riscos, vamos impor medidas para assegurar que o banco tome ação imediata”, afirmou Montagner, apontando falhas existentes. “Temos de confrontar a realidade: muitos bancos continuam a usar sistemas antigos que, apesar de funcionais, podem criar riscos à sua resistência operacional.”
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