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BCE: Juros diretores voltam a descer e já estão em 2%

A decisão deste quinta-feira era já largamente esperada pelos mercados, dado novo recuo da inflação em maio e a necessidade de apoiar uma economia europeia em tímida recuperação.
5 Junho 2025, 13h15

Os juros diretores na zona euro voltaram a descer esta quinta-feira, em linha com o esperado, com o Banco Central Europeu (BCE) a anunciar novo corte de 25 pontos base (pb) face a uma inflação em queda e novamente dentro do objetivo de médio prazo. A taxa de referência fica assim em 2%, ou seja, já plenamente em território neutro.

A decisão deste quinta-feira era já largamente esperada pelos mercados, dado novo recuo da inflação em maio e a necessidade de apoiar uma economia europeia em tímida recuperação. Este foi o oitavo corte de juros em pouco mais de um ano, dado o surto inflacionista que levou o indicador de preços a leituras de dois dígitos.

No entanto, com a pressão nos preços aparentemente controlada, investidores e analistas estarão atentos a possíveis sinais dados pela presidente do banco central na conferência de imprensa que se segue ao anúncio de política monetária.

Com a incerteza ainda em alta, sobretudo via a questão comercial e após as ameaças norte-americanas de tarifas de 50%, várias são as vozes que defendem uma pausa em julho para avaliar melhor os reais efeitos da instabilidade na economia europeia. Além dos membros mais hawkish do Conselho do BCE, o próprio mercado tem-se movido nesta direção nos últimos dias, estando já mais inclinado para uma reunião sem mexidas no próximo mês do que para novo corte – aquele que era o cenário base até há uma semana.

A reunião de junho teve ainda lugar para atualizações das projeções macro do BCE, que manteve a expectativa de crescimento este ano em 0,9%, embora cortando 0,1 pontos percentuais (pp) da projeção para 2026. O banco espera agora um avanço real de 1,1% em 2026, mantendo sem mexidas a previsão de 1,3% para o ano seguinte.

Na nota publicada com a decisão de política monetária, o BCE explica que manteve a expectativa de crescimento para este ano devido a “um primeiro trimestre mais forte do que o esperado combinado com perspetivas mais fracas para o resto do ano”. A incerteza comercial é o principal risco negativo sobre a economia, mas que será contraposto pelo aumento dos gastos públicos em defesa e infraestrutura.

Já no que toca à inflação, as previsões para este na e o próximo foram ambas cortadas em 0,3 pp, apontando o banco agora a 2% este ano e 1,6% no próximo. Uma moeda única mais forte e preços da energia mais baixos são os principais motivos desta revisão, explica o comunicado.

[notícia atualizada às 13h21]

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