[weglot_switcher]

BE critica Albuquerque e PSD de falta de bom-senso e sentido de Estado

O BE Madeira considerou que a Região Autónoma da Madeira “precisa de uma mudança”.
30 Junho 2024, 09h36

O Bloco de Esquerda (BE) criticou o presidente do executivo madeirense, Miguel Albuquerque, e o PSD, de falta de bom-senso e sentido de Estado.

A líder dos bloquistas madeirenses, Dina Letra, numa ação de rua, referiu que há três conclusões a que a população chega na análise que faz à atual situação política da Madeira.

A primeira conclusão é de que Miguel Albuquerque “desprestigia” o cargo de presidente do Governo Regional da Madeira, referiu Dina Letra. A segunda é que viver em duodécimos “não é o fim do Mundo nem da Madeira”. E a terceira é de que o que vai ser votado no parlamento “é uma moção de confiança. Uma moção de confiança a Miguel Albuquerque, ao seu Governo”.

Dina Letra salientou que a Região está desde de janeiro nas bocas do mundo, pelas “piores razões”, e atribui culpas a Miguel Albuquerque e ao PSD.

“E o que se vê é que lhe falta bom-senso e sentido de Estado. Faltou em Fevereiro, quando o PSD e o CDS-PP não quiseram aprovar o Orçamento, apesar da insistência do Representante da República, Ireneu Barreto, e da disponibilidade de vários partidos. Nessa altura não se importaram com os interesses da Madeira. Faltou-lhe bom-senso quando se recandidatou às eleições regionais, pois sabia que não haveria maioria absoluta e sabia que os parceiros não o iriam aceitar como presidente”, disse a líder bloquista.

Dina Letra considerou que “faltou sentido de Estado quando mentiu ao Representante da República dando garantias de estabilidade. E continua a faltar-lhe bom senso porque Miguel Albuquerque é, aparentemente, o único entrave para que a Madeira tenha o seu Orçamento aprovado”.

Relativamente à Região não ter um Orçamento, e devido a isso estar em regime de duodécimos, Dina Letra salientou que o regime de duodécimos “não é igual” à Região ter um Orçamento aprovado, “mas não é o fim do mundo”.

A dirigente partidária acrescentou que apesar da Região estar em regime de duodécimos desde Janeiro, “as empresas continuam a produzir, os serviços públicos continuam a funcionar, os salários e as pensões continuam a ser pagos e até o presidente do Governo continua a visitar obras em curso”.

Dina Letra referiu que o regime de duodécimos “obriga a que haja rigor nas contas, a que haja critérios e definições de prioridades, coisa que todos sabemos que o PSD tem dificuldades em fazer. Não é à toa que temos uma dívida colossal que será paga por várias gerações de madeirenses”.

A dirigentes do BE Madeira salientou que em fevereiro foram o CDS-PP e o PAN que retiraram a confiança política a Miguel Albuquerque, “por entenderem que não tinha credibilidade e condições políticas para continuar no cargo e com isso provocaram eleições antecipadas. Foram estes partidos, a par da Iniciativa Liberal, que garantiram ao eleitorado que nunca iriam viabilizar Miguel Albuquerque como presidente do Governo e até que seriam um bloqueio à extrema-direita. Agora dão o dito por não dito e dão uma volta de 180 graus quanto ao que era para eles impossível de aceitar”.

Dina Letra acrescentou que o Chega que faz “bandeira do combate à corrupção e de que é preciso limpar a Madeira, prepara-se para se aliar ao sistema que diz combater”.

A dirigente partidária salientou que “sentam-se agora todos à mesma mesa, sem linhas vermelhas, e preparam-se para dar um voto de confiança a Miguel Albuquerque e colocar na presidência do Governo Regional da Madeira alguém que é arguido num processo de corrupção e de atentado ao Estado de direito”.

Dina Letra considerou que “para além de tudo isto minar a confiança dos eleitores na palavra dos políticos e de descredibilizar a política, demonstra também que o Bloco de Esquerda tinha razão quando, durante a campanha, denunciou que votar no CDS-PP, PAN, Iniciativa Liberal e Chega era o mesmo que votar no PSD”.

Para a dirigente do BE Madeira a Região “precisa de uma mudança” e considerou que “não será certamente com algum destes partidos”.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.