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Bolsa portuguesa acompanha Europa e negoceia no vermelho

O principal índice bolsista português perde 0,98%, para 3.974,27 pontos.
27 Março 2020, 08h19

O principal índice bolsista português (PSI 20) perde 0,98%, para 3.974,27 pontos, em linha com as principais congéneres europeias esta sexta-feira, 27 de março.

“Considerando a indefinição da atual configuração bolsista, é difícil antecipar se este recuo constitui uma normal correção após os ganhos dos últimos três dias ou marca de uma inversão no sentimento dos investidores”, apontam os analistas do BPI.

Na Europa os investidores mostram-se conservadores, apesar do forte apoio que tem sido demonstrado pelos governos e pelos bancos centrais de todo o mundo no combate aos efeitos da Covid-19. Isto, depois de Wall Street ter registado subidas de mais de 6% na sessão de quinta-feira, em que os investidores estiveram a reagir ao pacote orçamental de estímulos à economia norte-americana no valor de 2 biliões de dólares (o programa é hoje votado na Câmara dos Representantes).

“As empresas começam a quantificar impactos da disrupção provocada pela pandemia, a exemplo do apresentado hoje pela Volkswagen [o encerramento da produção terá um custo de 2,2 mil milhões de dólares por semana]. A China tenta aos poucos regressar à normalidade, mas as fábricas enfrentam agora uma quebra provocada pela redução de encomendas vindas de EUA e Europa”, comenta o Mtrader do Millennium BCP, Ramiro Loureiro.

De acordo com os analistas do BPI, a principal diferença entre o que se passa na Europa e nos Estados Unidos é que, em cerca de duas semanas, a administração Trump “elaborou o maior plano fiscal desde o New Deal nos anos 1930. Na União Europeia, os países não
foram capazes de desenhar um plano coordenado: ontem foram necessárias 6 horas para elaborar um comunicado comum de meras intenções”.

Na bolsa portuguesa, doze empresas cotadas desvalorizam, cinco valorizam e uma negoceia sem variação. “Em condições normais, os
meses bolsistas de março e abril são marcados pelas assembleias de acionistas, mas na fase atual assumem um papel marginal”, indicam os analistas do BPI.

Nesse sentido, o BCP e a EDP Renováveis realizaram na quinta-feira as suas assmebleias gerais de acionistas. No BCP, face aos impactos e à incerteza associada à situação de pandemia, “e ainda que o Banco integre o grupo de instituições financeiras sem limitações regulatórias específicas em matéria de distribuição de dividendos”, o conselho de administração propôs à assembleia geral a retenção dos restantes resultados relativos ao exercício de 2019.

O banco liderado por Miguel Maya perde 1,09%, para 0,10 euros.

Já no caso da EDP Renováveis, os acionistas aprovaram a proposta do conselho de administração de distribuir 69,8 milhões de euros em dividendos, o que corresponde a 0,08 euros por ação. A energética cai 1,57%, para 10,04 euros.

As quedas dos títulos da Galp (-0,88%), dos CTT (-0,79%), da EDP (-2,04%) e da Altri(-1,05%) também penalizam o PSI 20.

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