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Buscas na Madeira “acentuam desconfiança” e “dão força” ao Chega, alerta especialista

Recordando o caso de 7 de novembro que envolveu o primeiro-ministro, reforça-se “a ideia de que são todos iguais, que são casos interligados de uma forma ou de outra. Todos os partidos saem prejudicados exceto o Chega”, destaca Luís Guimarães, ouvido pelo JE.
24 Janeiro 2024, 13h20

A Polícia Judiciária está a realizar buscas na Câmara do Funchal e o presidente do Governo Regional da Madeira é suspeito dos crimes de corrupção, participação económica em negócio e prevaricação, bem como o presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado.

Em declarações ao JE, Luís Guimarães, especialista em ciência política, destacou que “esta situação só vem reforçar a ideia de que a política é toda corrupta e quem sai a ganhar com a investigações é o partido Chega”.

Para Luís Guimarães este “será sempre um caso que terá repercussões a nível político sobretudo porque teremos eleições em fevereiro nos Açores e naturalmente teremos as eleições de 10 de março”.

“Do ponto de vista jurídico ainda se sabe muito pouco. Pedro Calado que preside à câmara do Funchal já mostrou abertura para cooperar com a Polícia Judiciária. O próprio presidente regional já confirmou as buscas”, sublinhou.

Embora a investigação ainda esteja em curso, Luís Guimarães disse que “isto veio apenas acentuar desconfianças e dar força à mensagem veiculada pelos partidos populistas sobretudo o Chega, partido que incide mais nesse aspecto”.

As buscas na Câmara do Funchal vieram “reforçar que o país está poluto, que a política é toda ela corrupta, megalómana, que se serve da população e não a serve e que Portugal precisa de uma limpeza”.

Recordando o caso de 7 de novembro que envolveu o primeiro-ministro, reforça-se “a ideia que passa é que são todos iguais, que são casos interligados de uma forma ou de outra. Todos os partidos saem prejudicados exceto o Chega”, realça este especialista.

“Isto é uma faca de dois gumes que mesmo neste caso ou no de António Costa ou outro que possa vir a surgir, um partido como o chega sai sempre a ganhar porque por um lado nenhum dos suspeitos é efetivamente acusado e se não houver condenado o Chega pode argumentar que ‘a justiça não funciona’, ‘a justiça está minada’. Se efetivamente algum deles é acusado o chega também tirará louros disso, dizendo que são todos uns bandidos, uns corruptos”, destacou o especialista.

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