O PSD esteve em destaque ao longo do dia de hoje nas notícias pelas buscas nas sedes do partido, na casa de Rui Rio e, também, na do deputado Hugo Carneiro. Em causa estão crimes como peculato e abuso de poder. No entanto, o politólogo José Palmeira disse ao Jornal Económico que este não será um motivo para dividir o partido, dado que não envolveu conduta imoral.
“Não me parece que isto seja mais um motivo para dividir o partido na medida em que todos estarão conscientes de que essa eventual irregularidade não teria a ver propriamente com uma conduta que fosse reiterada de tentar infringir a lei, mas por uma questão eventual de interpretação diferente da lei”, disse José Palmeira ao JE.
Na perspetiva do especialista, “este é um caso que não envolve uma conduta que seja imoral”.
“O objeto da investigação não me parece que seja suficiente para criar esse reboliço”, insistiu.
Por enquanto, José Palmeira defende que ainda não se sabe no que o processo “vai dar”. “Resta saber se eventualmente vai haver constituição de arguidos, se isto envolve, aparentemente, além de Rui Rio, que foi objeto de buscas, Hugo Carneiro, e é preciso apurar até que ponto há aqui uma irregularidade ou não”, frisou.
“Aparentemente, aquilo que está em causa é o facto de funcionários do partido estarem a ser remunerados como assessores do grupo parlamentar sendo certo que isto remete para um período em que o próprio líder do partido era deputado”, afirmou o politólogo, acrescentando que, “por outro lado, diz-se que esta é uma prática que outros partidos utilizam que é o facto de funcionários que trabalham para o partido serem também remunerados a partir do parlamento”.
“Poderá haver de facto um diferente entendimento entre o Ministério Público sobre essa legalidade ou não desse tipo de ato e, portanto, temos de aguardar”, apontou.
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