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Caixa: Sindicato acusa administração de “bloquear” negociações e exige aumentos espelhados nos “lucros históricos”

Após seis meses de negociações, última reunião terminou sem acordo. O STEC diz que não há data para nova reunião e que a CGD “deixou inclusivamente a ideia de se transferir o processo para o Ministério do Trabalho e recorrer à fase de conciliação”. Lucros da Caixa subiram mais de 50% em 2023, para um valor recorde próximo dos 1.300 milhões de euros.
12 Junho 2024, 10h50

O Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo CGD (STEC) acusou hoje a administração de “bloquear” a negociação salarial deste ano. Os lucros da CGD atingiram 1.291 milhões de euros em 2023, um valor recorde, mais 53% face a 2022. Este disparo teve lugar à boleia das taxas de juro recorde do Banco Central Europeu (BCE).

Após a sétima reunião de negociação da tabela salarial de 2024, o sindicato divulgou um comunicado onde revela que a CGD apresentou uma proposta de 3,2% com um mínimo de 60 euros (média ponderada de 3,59%). Em resposta, o STEC contrapropôs 4,1%, com um mínimo de 79 euros (numa média ponderada de 4,67%) e a atualização das diuturnidades que estão congeladas há cinco anos.

Resultado: “A CGD recusou peremptoriamente a contraproposta do STEC acusando-a, pasme-se, de ser irrealista e insustentável! Ao mesmo tempo que reafirmava a sua intenção de convergir com o setor bancário, mesmo sabendo que isso subverte frontalmente o processo negocial em curso. Mas então pergunta-se, estará a Administração da CGD interessada num acordo com o STEC?”.

Andando para trás, o STEC recorda que apresentou inicialmente uma “proposta bem fundamentada economicamente, de 7% com um mínimo de 125€. A CGD contrapôs um aumento de 3%”.

Durante as negociações, e como resposta à greve convocada pelo STEC, “a CGD ignorou e subverteu a negociação coletiva, aplicando unilateralmente um aumento salarial de 3% com o mínimo de 52,63€”.

” Negociando com seriedade e procurando sempre o consenso, o STEC foi alterando a sua proposta inicial, ao longo da negociação, mas encontrou sempre uma CGD intransigente que apesar de afirmar estar disponível para negociar, apenas mudou a sua proposta de uns irrisórios 3%… para 3.2%”, pode-se ler.

Depois de seis meses de negociações, “verifica-se que a disponibilidade da CGD para negociar e concluir um acordo com o sindicato mais representativo da empresa (o STEC), é um logro. Sem marcar data para nova reunião negocial, a CGD deixou inclusivamente a ideia de se transferir o processo para o Ministério do Trabalho e recorrer à fase de conciliação”, segundo o sindicato.

“Perante esta evidência, fica à reflexão de todos os trabalhadores da CGD, a comparação entre a indiferença que a Administração aqui, e mais uma vez, lhes manifesta, pelo seu trabalho, esforço e sacrifício e… a enorme euforia que a mesma gestão mostra… quando vem a público exibir e apresentar auto-elogiosamente os lucros de milhões e milhões e milhões… uma CGD que conta com índices de produtividade notórios e que recentemente foi vencedora na categoria de “Gestão e Recrutamento 50+” nos Prémios “As Empresas Mais” da revista Human Resources…”, remata.

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