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Autarquias de Cascais, Gaia, Matosinhos e Gondomar preparadas para travar abertura de supermercados do Pingo Doce às 6h30

As quatro autarquias estão contra a abertura das portas dos supermercados da cadeia Pingo Doce mais cedo e vão usar os meios legais ao seus dispor para impedir a abertura antecipada.
12 Novembro 2020, 15h33

A Câmara Municipal de Cascais não vai permitir que os supermercados do grupo Jerónimo Martins abram portas às 6h30 nos próximos dois fins de semana.

Num despacho assinado e publicado pelo presidente da autarquia Carlos Carreiras, esta quinta-feira, pode ler-se que tendo em conta “a situação epidemiológica do país”, os estabelecimentos comerciais terão de obedecer aos horários de funcionamento que já estavam em vigor, sendo que “não é permitido iniciarem a sua atividade mais cedo do que o horário habitual”.

A decisão vai em linha com as medidas adotadas pela autarquia de Vila Nova de Gaia que, segundo uma publicação feita pelo presidente Eduardo Vítor Rodrigues, esta quinta-feira, determina que naquele município “ninguém abra supermercados antes das 8h da manhã e que o comércio local merece as mesmas regras das grandes superfícies”.

Já a Câmara de Matosinhos criticou a decisão do Grupo Jerónimo Martins, considerando-a um “insulto” para os pequenos e médios comerciantes e para os empresários da restauração que “sacrificam os seus negócios em nome da defesa da saúde de todos”. Numa publicação no Facebook, Luísa Salgueiro assumiu que tentará evitar que o grupo o possa fazer “dentro das possibilidades legais” e que o município vai avaliar as medidas para contrariar a decisão.

Em Gondomar, o autarca Marco Martins, em declarações à “Sic Notícias” pondera aplicar o mesmo bloqueio, referindo que “espera que o Conselho de Ministros venha uniformizar esta matéria, impedindo o livre arbítrio de cada superfície comercial”.

O responsável afirma que o bloqueio não se trata apenas de “oportunismo comercial” mas sim “de respeito pela comunidade e os comerciantes”.

Na esfera política, o Bloco de Esquerda contestou fortemente a decisão da dona do Pingo Doce defendendo que o  o Governo devia “agir fortemente” para travar “o abuso” que representa a abertura destas lojas às 6h30 “com a desculpa da pandemia”.

À rádio “TSF”, o Sindicato dos Trabalhadores dos Escritórios, Comércio e Serviços de Portugal (CESP) alerta para as pressões sobre os trabalhadores destes supermercados devido à abertura das lojas às 6h30 nos próximos sábados e domingo, informando que estes trabalhadores não vão receber uma remuneração extra por abrir as lojas mais cedo no fim de semana, sendo apenas contabilizadas duas horas a mais para o banco de horas dos trabalhadores.

As contestações chegam depois da Jerónimo Martins anunciar que, nos próximos dois fins de semana, vai abrir os supermercados do Pingo Doce a partir das 6h30 mantendo as portas abertas até às 22h. A decisão do grupo surgiu devido às limitações à circulação impostas pelo estado de emergência nos próximos sábado e domingo, e tendo em conta também a possibilidade de haver restrições adicionais à circulação entre concelhos.

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