O Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) prepara-se para escolher o sucessor de Rui Semedo, que tomou posse em 2021, com as eleições legislativas no horizonte. Do lado da oposição desde 2016, quando perdeu a tríade de eleições para o MpD, o histórico partido escolherá, também, aquele que se candidata a sucessor de Ulisses Correia e Silva.
São quatro os candidatos a líder do PAICV, que conquistou pela primeira vez, no final de 2024, maioria autárquica com 15 das 22 câmaras, numa reconfiguração clara das cores políticas do mapa autáquico do arquipélado.
Em entrevista ao Jornal Económico (JE), Francisco Pereira, deputado eleito pelas listas do PAICV pelo círculo eleitoral da Europa, olha para os resultados como um pedido da sociedade cabo-verdiana, que “retirou a força política da maioria MpD para pôr em mãos do PAICV”.
“Cabe ao PAICV interpretar bem esta vontade dos cabo-verdianos em querer mudar de rumo”, afirmou.
O deputado da diáspora disputa, no dia 30 de março, em vésperas do Congresso do PAICV, a liderança do histórico partido com Nuías Silva, atual vice-presidente do PAICV, Francisco Carvalho, presidente de Câmara Municipal da Praia, e Jorge Spencer Lima, presidente da Câmara de Turismo de Cabo Verde.
Na mesma conversa com o JE, o candidato de 45 anos assume o desígnio de unir ainda mais os “tambarinas”, fórmula que deverá ser mantida, ganhe ou não as eleições, para a corrida eleitoral do próximo ano.
Um partido “ainda maior, unido e forte, e que se possa projetar para novos tempos, sobretudo para ganharmos as eleições em 2026”, sublinhou Francisco Pereira. que defende uma mobilização da sociedade não só internamente, como junto da vasta diáspora cabo-verdiana. Para Francisco Pereira, é preciso promover um “pacto intergeracional com os que lutaram para a afirmação do PAICV”, continuando o legado de Amílcar Cabral: “é fundamental que hoje esta nova geração tenha capacidade de dialogar e de criar esse pacto com a experiência do passado”, explicou.
Revê-se na atual liderança, mas Francisco Pereira diz que o partido precisa de um líder que “possa criar pontes e que tenha capacidade de continuar a unir o partido nos parâmetros dos princípios e valores do PAICV”, um partido com “várias sensibilidades e pensamentos diferentes”. E o que precisa o PAICV para constituir Governo em 2026? “Estarmos todos unidos em torno do projeto do PAICV, apresentando aos cabo-verdianos projetos que realmente respondam aos seus anseios no país e na diáspora”, afirmou, lamentando que a governação de quase oito anos do MpD não tenha “cumprido as suas promessas eleitorais”.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com