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Carlos Moedas promete fazer de Lisboa capital da inovação da Europa e devolver 32 milhões de IRS aos munícipes

Candidato do centro-direita avançou com projetos como a criação de uma “fábrica de unicórnios” e de um centro mundial dedicado à economia azul, alertando que neste momento Lisboa “não está na Liga dos Campeões da inovação e do empreendedorismo”. E também prometeu transportes públicos gratuitos para mais novos e mais velhos e um seguro de saúde para maiores de 65 anos com dificuldades económicas.
14 Julho 2021, 19h41

O candidato da coligação de centro-direita à Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, prometeu fazer da cidade a capital da inovação da Europa e devolver aos munícipes 32 milhões de euros de IRS retidos pela autarquia nos primeiros 100 dias do seu mandato caso seja eleito presidente nas eleições autárquicas que serão disputadas a 26 de setembro.

Na sessão de apresentação do programa da candidatura Novos Tempos, que junta PSD, CDS-PP, PPM, MPT e Aliança, o antigo comissário europeu da Inovação avançou com uma série de medidas concretas e de protagonistas das mudanças que deseja implementar. Foi o caso do empresário Nuno Sebastião, CEO da tecnológica Feedzai, por si escolhido para futuro alto comissário para a Ciência e Tecnologia – com a incumbência de transformar o “falhado hub criativo do Beato” numa “verdadeira fábrica de unicórnios” -, ou a ex-presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, com quem conta para criar na Doca de Pedrouços um centro mundial da economia azul que aproxime investigadores e empreendedores.

Defendendo que “o futuro é a concorrência entre cidades”, Moedas disse que o futuro presidente da Câmara de Lisboa “tem de ser alguém muito diferente” para que a capital portuguesa consiga melhorar a capacidade de se impor entre as demais. “Será que Lisboa está na Liga dos Campeões? Não. Na inovação e empreendedorismo não está entre as primeiras 50”, garantiu, enumerando problemas como a deslocalização de instituições de ensino superior para fora do concelho, a falta de oferta cultural e a existência “de um em cada cinco lisboetas a viver na pobreza”.

Sempre muito crítico da atual gestão socialista, Carlos Moedas acabaria a sessão que decorreu na reitoria da Universidade Nova de Lisboa com um apelo aos lisboetas para aproveitarem a “oportunidade histórica de mudar a Câmara de Lisboa”. Algo que, em sua opinião, significa “alterar um sistema desgastado e viciado, que se alimenta a si próprio, construído não para o mérito e sim para os amigos”.

A esta visão, o militante social-democrata, que contou na plateia com o militante número 1 do partido, Pinto Balsemão, e com o também líder social-democrata Marques Mendes, contrapôs medidas como a imediata gratuitidade dos transportes públicos para menores de 23 anos e maiores de 65, a criação de um seguro gratuito que garanta consultas médicas de especialidade aos lisboetas com mais de 65 anos e baixos rendimentos – calculando que esteja em causa um universo de 40 mil munícipes – e também a isenção de IMT na compra de imóveis para habitação por pessoas com menos de 35 anos.

Reconhecendo o problema de Lisboa ter perdido 50 mil habitantes nos últimos anos, incluindo jovens casais, o cabeça de lista da coligação de centro-direita disse que “é preciso aumentar a oferta de casas” para garantir a descida dos preços. E para que isso aconteça disse que a própria Câmara de Lisboa tem de construir habitação, aproveitando “tantos terrenos e edifícios devolutos” de que dispõe. Mas também disse que os projetos urbanísticos que dão entrada nos serviços camarários terão de passar a ser aprovados no espaço de seis meses.

Entre outras medidas daquilo a que chamou “Estado social local”, solucionando problemas de um Estado social que falhou, “apesar da propaganda de um Governo que diz que tudo funciona”, Carlos Moedas anunciou que conta com a médica e ex-deputada centrista Isabel Galriça Neto, candidata da coligação para a presidência da Assembleia Municipal de Lisboa, para implementar uma rede de cuidadores informais em toda a cidade. Nesse âmbito, prevê-se o apoio a “todos os que têm doenças crónicas e irreversíveis”.

No que toca à cultura, além de “uma mudança profunda na maneira como se financia”, privilegiando a avaliação de técnicos em vez dos “amigos e políticos”, Moedas revelou o projeto da criação dos Espaços Lx, onde os jovens possam enveredar pelas artes, e preconizou de escolas de dança, música e teatro no Parque Mayer.

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