[weglot_switcher]

Caso das gémeas. PS chumba audições parlamentares a Marta Temido e Lacerda Sales

A Iniciativa Liberal queria ouvir a ex-ministra da Saúde no Parlamento a propósito do caso das gémeas mas o PS rejeitou essa pretensão.
7 Dezembro 2023, 11h02

O Partido Socialista (PS) chumbou a pretensão da Iniciativa Liberal em ouvir Marta Temido e Lacerda Sales no Parlamento a propósito do caso das gémeas luso-brasileiras que foram tratadas em Portugal com um dos medicamentos mais caros do mundo.

Em causa está uma reportagem da TVI, transmitida no início de novembro, segundo a qual duas gémeas luso-brasileiras vieram a Portugal em 2019 receber o medicamento Zolgensma, – um dos mais caros do mundo – para a atrofia muscular espinhal, que totalizou no conjunto quatro milhões de euros.

Segundo a TVI, havia suspeitas de que isso tivesse acontecido por influência do Presidente da República, que negou entretanto qualquer interferência no caso.

Apesar do chumbo, Marta Temido tinha manifestado, em entrevista no final de novembro, toda a disponibilidade para prestar esclarecimentos fosse no Parlamento, no Ministério Público ou entidades de saúde sobre o caso.

A ex-ministra da Saúde diz que não deu orientação sobre as crianças luso-brasileiras que receberam em Portugal o medicamento para atrofia muscular espinal e que as meninas tinham de ser tratadas, mesmo não morando no país.

Numa entrevista ao Público e Rádio Renascença, Marta Temido refere que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, reencaminhou para o Governo mais casos do que aqueles dois e que isso foi sempre o procedimento “habitual”.

Questionada sobre qual tinha sido o seu envolvimento no caso, a ex-ministra respondeu: “Não tive qualquer contacto com o Presidente da República relativamente a este caso, nem dei qualquer orientação sobre o tratamento destas crianças”.

Nessa entrevista, a ex-ministra da Saúde destacou que a “lei é clara”, que o que importa é a nacionalidade e, por isso, Portugal tinha de tratar as crianças.

Sobre o processo, acrescenta que teve necessidade de “ir refazer o circuito documental” daquilo que lhe poderia ter passado pelas mãos e apurou que o pedido de verificação do que se passava com este caso entrou no Ministério da Saúde junto com outros pedidos.

“É o circuito normal. Foi o normal o que o Ministério da Saúde fez a esse documento, que vinha do gabinete do primeiro-ministro e que canalizava um documento da Casa Civil da Presidência da República”, afirma.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.