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Cautela domina início do ano em Wall Street

Mais do que pessimismo o mote para o vermelho foi a cautela, não apenas motivado pelo aumento substancial de casos de Covid-19 nos EUA, mas também pela incerteza dos resultados das eleições para o Congresso .
5 Janeiro 2021, 09h55

Depois de um ano inesquecível a diversos níveis, nomeadamente na valorização dos mercados accionistas um pouco por todo o globo, não obstante uma contracção económica generalizada, a primeira sessão do ano começou com algum optimismo.

Contudo, rapidamente o cenário se inverteu e os índices norte-americanos encetaram um movimento descendente que durou até cerca de metade do dia, empurrando Wall Street para a maior desvalorização dos últimos dois meses, que nem a ligeira recuperação da fase final da sessão conseguiu limpar. Depois de todos os negócios registados, as quedas oscilaram entre os -1.25% do Dow Jones e os -1,48% do S&P500, com o sector tecnológico em destaque pela negativa, designadamente as grandes empresas, onde a Microsoft, Amazon e Apple lideraram ao cederem mais de -2% cada.

Mas mais do que pessimismo o mote para o vermelho foi a cautela, não apenas devido ao aumento substancial de casos de Covid-19 nos EUA, com um recorde de 300.000 infectados num dia, mas também por causa da incerteza face ao desfecho das eleições de terça-feira para o Congresso, que poderão dar a maioria aos Democratas tanto na Casa dos Representantes, onde já a conquistaram, como no Senado.

A acontecer, isso poderá espoletar uma correcção significativa em Wall Street, ainda que de curto-prazo, devido ao receio de virem a ser aprovadas medidas fiscais e de regulação contra o agrado do “mercado”, como por exemplo o cancelamento dos cortes nos impostos que foram aprovados no mandato de Trump, assim como a ideia, que tem ganho alguma tracção, de obrigar ao desmembramento das grandes empresas tecnológicas.

No mercado cambial a volatilidade também se fez sentir, com o US dólar a demonstrar fraqueza durante a primeira parte do dia, o que permitiu ao EUR/USD atingir os $1,2309. No entanto, durante a tarde, o “greenback” recuperou e terminou com uma perda ligeira de -0,3% contra a moeda única, enquanto que o yen não conseguiu aproveitar a procura por activos refúgio e ficou muito perto do inalterado.

Já o ouro foi claramente beneficiado pela cautela que assolou o sentimento e amealhou 2,3% para os $1,942 por onça. Uma sorte bem distinta da queda de -2,4% que castigou o preço do WTI crude, após a suspensão da reunião da OPEP+ devido à falta de acordo entre diversos membros e a Rússia para um aumento da produção em Fevereiro.

O gráfico de hoje é do S&P500, o time-frame é semanal.

 

 

Após a quebra em alta do canal descendente, a linha superior do mesmo apresenta-se como a primeira linha de defesa numa eventual correcção.

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