Em comunicado, a Comissão Política Concelhia do CDS de Matosinhos diz-se “desagradada com os moldes em que esta notícia foi transmitida” e questiona as justificações da administração da Galp.
“Este comunicado emitido na véspera natalícia veio causar uma grande ansiedade e angústia a todos os colaboradores [diretos e indiretos], mostrando assim uma profunda insensibilidade por parte da administração da Galp, o que nos leva a questionar as razões que motivaram esta tomada de decisão”, pode-se ler no comunicado.
Para a concelhia centrista de Matosinhos, a justificação sobre alterações estruturais dos padrões de consumo “não parece credível”, uma vez que, lê-se na nota, “existem duas fábricas dentro do complexo que são únicas [Aromáticos e Lubrificantes] e não existem no complexo de Sines”.
“Que solução irá a Galp apresentar para estas duas unidades? Irão ser deslocadas para Sines? Quanto aos seus colaboradores, irão ser transferidos ou compensados? Que aproveitamento vai ser feito dos terrenos após o desmantelamento do complexo? Torna-se urgente por parte da Câmara Municipal de Matosinhos a responsabilidade de responder a estas perguntas e apresentar as soluções completas”, questiona o CDS/Matosinhos, que aproveita ainda para “confortar todos os que foram afetados pelo comunicado da Galp”.
A Galp faz saber na segunda-feira que vai concentrar as suas operações de refinação e desenvolvimentos futuros no complexo de Sines e descontinuar a refinação em Matosinhos a partir do próximo ano, uma decisão que o Governo já afirmou que “levanta preocupações” em relação ao destino dos trabalhadores envolvidos, mas lembrando que as medidas anunciadas se inserem num processo que visa a descarbonização do setor energético.
A decisão da Galp de concentrar operações em Sines e descontinuar a refinação em Matosinhos a partir do próximo ano foi anunciada em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Nele se esclarece que a empresa “continuará a abastecer o mercado regional mantendo a operação das principais instalações de importação, armazenamento e expedição de produtos existentes em Matosinhos”, e que tem vindo a “desenvolver soluções adequadas para a necessária redução da força laboral e a avaliar alternativas de utilização para o complexo”.
Os sindicatos lembram que estão em causa cerca de 500 postos de trabalho diretos, aos quais acrescem 1.000 indiretos.
Na terça-feira, o ministro do Ambiente, Matos Fernandes, considerou que a Galp “está obrigada a fazer mais do que a lei” no que diz respeito à situação dos trabalhadores da refinaria de Matosinhos, cujas operações serão descontinuadas a partir do próximo ano.
Antes, na segunda-feira, numa carta enviada ao gabinete do ministro, a câmara de Matosinhos liderada pela socialista Luísa Salgueiro exigiu esclarecimentos sobre que medidas excecionais serão ativadas pelo Governo para “prevenir o colapso” de empresas que dependem da refinaria da Galp localizada há 50 anos no concelho.
Vários partidos políticos solicitaram já uma audição, com caráter de urgência, do ministro do Ambiente e da Ação Climática.
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