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CDS-PP considera que a Madeira vive “pior momento” da sua democracia e critica postura do Chega

O CDS-PP criticou o Chega, por apresentar uma moção de censura ao Governo “sem qualquer tipo de fundamento político”, e critica o PS e o JPP, que já se mostraram disponíveis para aprovar a moção, de “andarem a brincar” com o povo madeirense e de puderem colocar a Madeira “instável e ingovernável”.
7 Dezembro 2024, 10h30

O CDS-PP considerou que a Região Autónoma da Madeira vive o “pior momento” da sua história e autonomia e aponta críticas ao Chega ao afirmar que a força partidária, a partir de Lisboa, apresenta uma moção de censura ao Governo Regional “sem qualquer tipo de fundamento político” sobre a governação, quando se deveria estar a “construir pontes” entre partidos para aprovar a proposta de Orçamento Regional para 2025.

“O povo assiste, incrédulo, a um triste espetáculo de irrealismo, de irresponsabilidade, de falta de sentido do Bem Comum, nunca antes visto na nossa terra. Quando deveríamos estar a construir pontes entre os partidos, para aprovar o Orçamento do próximo ano e aproveitar ao máximo os fundos europeus, o Chega, a partir de Lisboa, derruba qualquer muro negocial e apresenta uma moção de censura sem qualquer tipo de fundamento político sobre a governação”, referiram os centristas, após a reunião da Comissão Política e do Conselho Regional.

Para os centristas a moção de censura do Chega, que será discutida a 17 de dezembro, após a discussão do Orçamento Regional (9 a 12 de dezembro), “é um exercício perigoso de julgar, no Parlamento, aquilo que é da competência da Justiça”.

O CDS-PP considerou que o Chega “teve outros momentos e outras razões para censurar” este Governo Regional, mas “escolhe o tempo e o modo errado de fazê-lo, já que corremos o risco de a Madeira ficar sem Governo e sem Orçamento e Plano de Investimentos” para o próximo ano.

“Mas o curioso é ver o PS e o Juntos Pelo Povo (JPP) alinharem com a extrema-direita numa coligação negativa, liderada pelo líder nacional do Chega, André Ventura, tendente a pôr a Madeira instável e ingovernável, eventualmente a caminho de umas novas eleições, as terceiras, no espaço de pouco mais de um ano”, disseram os centristas.

Os centristas referem que estes partidos “ultrapassaram” todas as linhas vermelhas que tinham definido em relação ao Chega.

“O PS está mesmo disposto a votar uma moção onde é duramente criticado e acusado de cúmplice do PSD. Um absurdo na história de um partido fundador da Democracia e da Autonomia. O Chega e os partidos que já anunciaram o voto favorável a esta moção não apresentam qualquer alternativa a este Governo que querem derrubar. Estão a brincar com o povo madeirense, e isso é, para o CDS-PP, inaceitável e inadmissível. Andam a brincar aos partidos e às eleições, esquecendo os reais problemas dos cidadãos, das famílias e das empresas”, afirmaram os centristas madeirenses.

A força partidária lembra que existiram eleições em setembro de 2023, e maio deste ano. No entender do CDS-PP “corremos o risco” de voltar a ter eleições dentro de dois meses. “Isto é brincar aos partidos e às eleições, com consequências gravíssimas no funcionamento da administração pública, na economia, nas instituições da sociedade e na vida dos cidadãos e das famílias”, referiram os centristas.

“O CDS-PP entende que, nas últimas eleições regionais, o povo não deu maioria absoluta a um partido, apesar da vitória folgada do PSD, precisamente para que os partidos, no respeito pelas suas ideologias e diferenças, pudessem dialogar e negociar para chegar a consensos e acordos que melhorassem a vida das pessoas. O que vemos é o contrário; falta do sentido do interesse regional; ausência de bom senso e disputas violentas para ver quem lidera a oposição e para ver quem chega primeiro à calúnia, à difamação e à acusação”, consideraram os centristas.

A força partidária diz que tem mantido o seu sentido de responsabilidade, “negociando a viabilização do Programa de Governo e do Orçamento para este ano, e não alinha nesta ‘politiquice’ que conduzirá” a Madeira à instabilidade e à incerteza.

“Foi por isso que o CDS-PP negociou com o Governo Regional o Orçamento, que será discutido na próxima semana, na Assembleia Legislativa, tendo conseguido que uma grande parte das suas propostas fossem incluídas no documento, como a redução de 30% no sexto escalão do IRS e de 15% no sétimo escalão, que vai abranger toda a classe média; o aumento de 65 euros no salário mínimo, o que o tornará no mais alto do país; conseguiu, também, que os salários médios fossem negociados, com subidas superiores à inflação; que os jovens licenciados tivessem um salário de referência quando entram no mercado de trabalho; que o Complemento Regional dos Idosos fosse aumentado e abrangesse mais pessoas; que fossem revistos os Estatutos do Cuidador Informal e do Combatente, introduzindo novos benefícios financeiros e fiscais; que as mensalidades no ensino pré-escolar descessem acentuadamente e que fosse reforçada a verba do orçamento para a construção de habitação”, descreveram os centristas.

A força partidária considerou que este Orçamento é do Governo Regional do PSD, “mas tem a marca do CDS e, por isso, responsavelmente, terá o voto favorável do CDS-PP”, adiantou que os centristas “reafirmam que os interesses da nossa terra e dos madeirenses estão acima de qualquer interesse partidário”.

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