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CGTP apreensiva com proposta apresentada pelo Governo relativamente ao futuro da Comunicação Social

“O que assistimos no dia de ontem é a mesma novela que paira sobre o SNS, a Escola Pública, a Segurança Social e que agora chegou à RTP, à Lusa entre outros”, considerou a CGTP.
CGTP
O novo secretário-geral da CGTP-IN, Tiago Oliveira, durante a sessão de encerramento do 15.º Congresso da intersindical, que tem como lema “Com os Trabalhadores, Organização, Unidade e Luta! Garantir Direitos, Combater a Exploração – Afirmar Abril por um Portugal com Futuro”, no Pavilhão Municipal da Torre da Marinha, Seixal, 24 de fevereiro de 2024. ANTÓNIO COTRIM/LUSA
9 Outubro 2024, 16h16

A CGTP-IN disse, esta quarta-feira, que regista com apreensão a proposta apresentada pelo Governo relativamente ao futuro da Comunicação Social.

Do ponto de vista da CGTP, “desde o primeiro momento que este governo tem demonstrado ao que vem, nomeadamente no que diz respeito ao investimento e à valorização dos serviços públicos e dos seus profissionais”. “O que assistimos no dia de ontem é a mesma novela que paira sobre o SNS, a Escola Pública, a Segurança Social e que agora chegou à RTP, à Lusa entre outros”, considerou.

“Alicerçar objectivos político-ideológicos, que é disso que se trata, em argumentos que já estamos cansados de ouvir tais como, a necessidade de garantir a sustentabilidade da empresa, proceder à sua modernização e actualização, defender a pluralidade e a independência e que só conduzem num sentido, o enfraquecimento e deterioração do serviço publico de televisão, rumo à privatização, é de uma desfaçatez que já incomoda a facilidade com que se diz”, destacou a CGTP.

Para a CGTP, “a intenção de privar a RTP, Rádio e Televisão de Portugal, de uma substancial fonte de financiamento, de cerca de vinte e dois milhões de euros que resultam da publicidade comercial, sem indicar qualquer outra fonte de receita que a possa colmatar, e tendo em conta que o reforço do já de si reduzido valor do financiamento público não consta do plano, conseguimos de facto perceber qual a estratégia em curso”.

“Ainda mais inadmissível é colocar como moeda de troca por forma a garantir a sustentabilidade da RTP o posto de trabalho de 250 trabalhadores. Podemos dar o nome que quisermos, rescisões amigáveis, mútuo acordo, seja o que for, mas não deixam de ser mais despedimentos onde quem acaba por mais uma vez ser sacrificado são os trabalhadores”, afirmou.

No comunicado, a CGTP disse ainda que “não deixa de manifestar preocupação sobre aspectos importantes e que esses sim devem ser tidos em conta, como o investimento tecnológico, a ransição digital que se impõe, a formação e reforço de recursos humanos, imprescindíveis à concretização destes objectivos necessários à modernização de um órgão de comunicação público como é a RTP, que presta um importante serviço público de informação de qualidade, que tem de ser rigorosa, verdadeira, imparcial, plural e independente, num momento em que assistimos cada vez mais a uma forte concentração dos órgãos de comunicação social detidos por grupos económicos privados, ou seja, monopólios”.

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