CIP projeta crescimento de 0,1% a 0,2% no primeiro trimestre com confiança em queda
A CIP – Confederação Empresarial de Portugal projeta que a economia nacional tenha crescido entre 0,1% e 0,2% no primeiro trimestre deste ano, sublinhando o aumento da incerteza e a queda da confiança nos vários sectores da sociedade. Ainda assim, a confederação mantém a expectativa de crescimento em torno de 2% para este ano.
O Barómetro de abril da CIP destaca a deterioração da confiança dos consumidores e dos vários sectores da economia nacional, dando continuidade à queda registada em fevereiro, refletindo “uma recuperação do contributo da procura externa líquida que deverá ser acompanhada por um menor contributo da procura interna”. Ainda assim, os dados de alta frequência do Banco de Portugal revelam “um abrandamento de atividade com alguma magnitude nos últimos dias de março, o que deixa em aberto um desempenho da economia menos positivo em março”.
A crescimento em cadeia no primeiro trimestre será, portanto, “muito reduzido”, ficando entre 0,1% e 0,2%, o que representa, ainda assim, um avanço homólogo de 2,4% a 2,5%.
No entanto, o crescimento para 2025 deve ficar entre 1,8% e 2,3%, ou seja, a previsão da CIP mantém-se inalterada apesar desta deterioração do ambiente de negócios e da confiança dos agentes.
“Esta projeção incorpora a perspetiva de manutenção do ritmo médio de crescimento verificado em Portugal em 2024, mas não deixa de refletir o elevado nível de incerteza que decorre da incerteza associada ao padrão atual patente na dinâmica de renegociação de tarifas no comércio internacional e consequente reconfiguração das cadeias de valor”, lê-se no documento.
O sector da construção foi dos que menos sofreu em março, registando um ligeiro decréscimo no consumo de cimento, mas compensado por um aumento na produção e no emprego, enquanto o retalho também registou um aumento no volume de negócios que prolongou a tendência do final do ano passado.
Em sentido inverso, os serviços continuaram em queda, com a CIP a destacar o recuo em termos de dormidas no sector do turismo em fevereiro.
