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“Começo do fim”. Comentador pró-Kremlin diz que Rússia não pode perder nem assinar acordo

Yakov Kedmi disse em plena televisão estatal que a Rússia não pode perder na Ucrânia e que não se pode dar ao luxo de comprometer o seu objetivo inicial de forçar uma mudança de regime no país.  “Ou se ganha esta operação ou começa a contagem decrescente final”.
28 Março 2022, 22h30

O cientista político pró-guerra e pró-Kremlin Yakov Kedmi disse em plena televisão estatal russa que Putin não pode perder a guerra e que qualquer acordo assinado com Kiev equivale a derrota. Ambos os cenários iriam significar o “começo do fim do estado russo”, afirma, segundo o “The Telegraph”.

“Qualquer tratado que a Rússia possa assinar com o atual regime de Kiev significará derrota”, disse no programa ‘Tonight with Vladimir Soloviyev’, um programa de propaganda do Kremlin normalmente rígido. “[Seria] a derrota final e completa aos olhos do povo russo, aos olhos do exército russo, aos olhos de todo o mundo”, esclareceu.

Putin esperava uma vitória militar fácil e gloriosa na Ucrânia, mas, em vez disso, encontrou forte e determinada resistência ucraniana. Contudo, a falta de progresso na Ucrânia está ausente da televisão estatal dado que a dissidência proibida e a propaganda instigada.

Kedmi disse que a Rússia não pode perder na Ucrânia e que não se pode dar ao luxo de comprometer o seu objetivo inicial de forçar uma mudança de regime no país.

“(O) tratado seria o começo do fim do estado russo porque se falha com a Ucrânia, por que ameaça a NATO? Por que ameaça os EUA?”, apontou no vídeo já foi visto centenas de milhares de vezes no Twitter e no YouTube. “Ou se ganha esta operação ou começa a contagem decrescente final”.

As declarações surgem mais de um mês depois desde o início da guerra. A Rússia, segundo os militares ucranianos, “perdeu o seu potencial ofensivo” na Ucrânia e foi forçada a recuar e convocar tropas extra. Antes, a presidência tinha previsto que a “fase ativa” da invasão será interrompida em abril. Pelas contas dos ucranianos, já morreram pelo menos 15 mil soldados russos. Moscovo nega estes números.

No que toca a conquistas, os russos controlam a central nuclear ucraniana de Zaporíjia, a maior da Europa, para além de Chernobyl. Apenas Kherson, uma cidade portuária no sul, está sob controlo total do Kremlin.

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