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Consórcio da EDP quer leilão offshore em Espanha até ao final do ano

A Ocean Winds avisa que, se o procedimento não for lançado até ao final do ano, o país não vai contar com uma única central até ao final da década.
Pedro Sanchéz, líder do PSOE e primeiro-ministro de Espanha
25 Setembro 2024, 12h37

O consórcio da EDP/Engie defende o lançamento do leilão eólico offshore em Espanha até ao final do ano. Caso contrário, o país corre o risco de não ter uma única central eólica marítima a funcionar até ao final da década.

A Moncloa, a sede do Executivo espanhol, tem o objetivo de construir 3 gigawattts até 2030, mas Manuel Fernandez da Ocean Winds avisa que o processo pode demorar um ano a ser lançado depois de aprovada a respetiva legislação esta semana, segundo o “El Economista”.

A grande questão é que a tecnologia flutuante, a que deverá ser usada maioritariamente em Espanha, tal como em Portugal, ainda não está muito desenvolvida.

Tal como Portugal, Espanha deverá usar na totalidade a tecnologia flutuante para instalar estas centrais, o que implica custos mais elevados, com o consórcio a defender a necessidade do lançamento de leilões para suportar os custos elevados.

Entre apresentação de propostas e adjudicações, o processo é moroso. “Estamos no limite” com o “leilão em 2025”, afirmou Manuel Fernandez, citado pelo jornal espanhol.

A ministra que tutelava esta pasta está de saída. Teresa Ribeira vai assumir a pasta da Concorrência e da Transição Climática em Bruxelas na nova Comissão Europeia. E ainda há muito a fazer do outro lado da raia: primeiro, estabelecer uma fase de diálogo público com os promotores e os sectores afetados. Depois, desenhar e lançar o leilão.

A comunidade autónoma das Canárias será a região que poderá ser alvo do primeiro leilão, tendo falta de energias renováveis no seu mix. Por ser um arquipélago, com falta de espaço nas ilhas, estas centrais podem vir a ser uma solução para a descarbonização da região, ainda dependente dos combustíveis fósseis. Mas a zona de alto potencial em Espanha conta com cinco mil km² incluindo a Galiza, Catalunha ou as Astúrias.

Governo ainda aguarda por avaliação dos custos das eólicas offshore

Já em Portugal, o Governo ainda espera pela avaliação dos custos das energias eólicas offshore. Quando tomou posse, o executivo encomendou um novo relatório ao grupo de trabalho formado para o offshore, pois o primeiro relatório, divulgado em 2023, não continha os custos.

“O Governo aguarda o envio do relatório, que ainda não foi enviado ao governo pelo grupo de trabalho”, disse a secretária de Estado da Energia a 13 de setembro. “Penso que esse envio estará para breve. E, quando tivermos o relatório, então estaremos em condições de tomar decisões, baseadas nos resultados desses resultados”, acrescentou Maria João Pereira.

Por outro lado, também disse que ainda aguarda pelo Plano de Afetação de Energias Renováveis (PAER): “Sem o PAER não podemos abrir [o leilão]. Esse é um instrumento também importante. Penso que também em breve, teremos esse novo plano”.

“Depois, com o plano e com o relatório, estaremos em condições de tomar medidas. Definir os gigawatts, áreas e timings. Estamos a trabalhar a todo o gás. Estamos a tentar acelerar processos, mas há passos que são inultrapassáveis e têm de ser feitos com responsabilidades”.

“Precisamos dos números, precisamos dos valores” para “tomar decisões”, rematou a governante.

Em julho, a ministra do Ambiente e da Energia já tinha revelado que aguardava por um relatório com cenários de simulação de custos.

No Parlamento, Maria da Graça Carvalho chegou mesmo a admitir que a potência do leilão pode vir a ser inferior aos dois gigas previstos pelo anterior Governo. Agora, o país pode vir a ter um gigawatt até 2030, e só mais tarde ganhar mais potência.

Na altura, a ministra também revelou que o Governo iria realizar um Conselho de Ministro dedicado a este tema no início de setembro, mas a data já derrapou.

Em julho, o Governo concluiu a revisão do Plano Nacional de Energia e Clima 2030 (PNEC), que esteve em consulta pública e que será remetido à Assembleia da República para ser discutido e votado.

Uma das surpresas do documento foi que o Governo decidiu manter intacta a meta para a energia eólica offshore de dois gigawatts (GW) até 2030.

O anterior Governo tinha a meta de construir 10 gigawatts de eólica offshore, o que representa um investimento entre 30 a 40 mil milhões de euros.

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