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Costa vai ser comentador político no novo canal de televisão do grupo Correio da Manhã, diz Marques Mendes

Para além desta novidade, Marques Mendes revelou que a redução de IRS do novo Governo pode ser superior aos 200 milhões de euros revelados por Joaquim Miranda Sarmento, ministro das Finanças. “Pode chegar a 300 milhões”, disse o comentador.
14 Abril 2024, 23h02

O ex-primeiro ministro António Costa vai ser comentador político num canal de televisão de informação do grupo do Correio de Manhã e da CMTV (grupo Medialivre).

“É um canal que ainda não existe, mas que deve estar aí a surgir a qualquer momento”, revelou este domingo na SIC, Luís Marques Mendes.

Marques Mendes abordou ainda, no seu espaço de comentário da SIC, o tema da semana do alívio fiscal total de 1,5 mil milhões de euros face a 2023 em sede de IRS. “Ora, se o alívio fiscal é face a 2023, tinha de incluir os 1,3 mil milhões decididos pelo Governo PS. Mas, se o Governo não mentiu, também é verdade que criou ambiguidade e não corrigiu a ambiguidade”, referiu.

O comentador fez uma revelação a este propósito. A redução de IRS do novo Governo pode ser superior aos 200 milhões de euros revelados por Joaquim Miranda Sarmento, ministro das Finanças. “Pode chegar a 300 milhões”, disse o comentador.

O total de beneficiados pode chegar 3,475 milhões de agregados e as maiores reduções vão sentir-se no 5º escalão do IRS (mais de 21 mil euros e até 27 mil euros) e no sexto escalão (rendimento de mais de 27 mil euros a 39 mil euros).

“Todos vão ser beneficiados, mas a classe média, que tinha sido preterida pelo anterior Ministro das Finanças, Fernando Medina, vai ser a mais beneficiada”, revelou Marques Mendes.

No seu habitual comentário da SIC o comentador fez ainda um apelo ao Governo de Montenegro para que avance com a atualização das pensões. Pois segundo a lei atual, quem se reforma num determinado ano não tem atualização no ano seguinte e deu um exemplo: “quem se reforme em janeiro de 2024 só tem atualização em janeiro de 2026. Isto é uma injustiça gritante. Já fiz vários apelos ao Governo anterior. Faço apelo agora ao atual Governo”, disse Marques Mendes que revelou que a anterior ministra já tinha a legislação pronta para corrigir essa situação, mas não chegou a avançar.

Sobre o debate parlamentar desta semana Marques Mendes disse que o PS quer derrubar o Governo da AD, só não sabem quando, “pode ser no OE para 2025 ou no OE para 2026, vai depender das sondagens”, disse.

O comentador alertou o Governo para as duas áreas mais difíceis. Por um lado a habitação que é alvo de uma pressão social enorme. É o maior calcanhar de Aquiles. Até porque não é fácil ter resultados no curto prazo. É um desafio político a gestão das expectativas nesta matéria.

Por outro lado a saúde que foi um dos maiores desgastes do Governo anterior. Ou o novo Governo é muito concreto no Programa de Emergência que apresentou e que vai aprovar, ou as expectativas viram-se contra si, defendeu.

A negociação com as várias corporações e grupos profissionais também é um aspecto delicado.

Marques Mendes também passou pela polémica à volta de Pedro Passos Coelho ter apresentado o livro “Identidade e Família”, que ataca “a ideologia de género” e “a cultura de morte”, e que o comentador tinha recomendado na Páscoa.

Marques Mendes criticou o facto de a sociedade portuguesa estar muito radicalizada, à esquerda e à direita e disse que é preciso “mais equilíbrio e moderação”.

Criticando esta radicalização, Marques Mendes parafraseou Henrique Monteiro, a dizer que tinha voltado a polícia do pensamento, nestas críticas a Passos Coelho.

Por outro lado, “toda a gente sabe que Passos Coelho tem, em relação ao Chega, uma opinião diferente da de Luís Montenegro. Ele tem direito a tê-la e a exprimi-la”, disse criticando no entanto o o timing do comentário político de Passos quando o Governo acaba de tomar posse.

 

 

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