A administração da CP – Comboios de Portugal estava preparada para investir em comboios para suportar a meta para a alta velocidade. No entanto, o Governo colocou um travão à aquisição e a administração da entidade mostrou-se surpreendida, conta o “Público”.
A CP contava com a compra de 14 comboios para a linha de alta velocidade entre Lisboa e Porto, e mostrou-se apanhada de surpresa com as últimas declarações do Executivo, que indicavam que a encomenda será encurtada.
Lembrar que o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, admitiu, ainda em julho, que o Governo não iria investir em “tantos comboios quantos a CP queria” por “não ser saudável”. Contas feitas pela tutela, a compra das automotoras pretendidas significaria que a operadora nacional ficaria “com 80% do mercado”.
Ora, o próprio governante referiu, a 24 de julho, que o Governo é “contrário à existência de monopólios”. “Queremos privados nessa concorrência, tanto portugueses como estrangeiros”, atirou Miguel Pinto Luz no Parlamento. A tutela indicou que é “saudável para o mercado não investir tanto em comboios”.
É que a encomenda da operadora ferroviária ascendida a 520 milhões de euros, na altura para a compra de 16 novos comboios e a CP queria que o Governo lançasse o concurso de aquisição do material circulante ainda este ano.
No entanto, adianta a mesma publicação que o investimento para a aquisição já era de 715 milhões, com os primeiros comboios a ascenderem a 455 milhões de euros.
Lembrar que outras operadoras mostraram, prontamente, interesse nas linhas de alta velocidade. A B-Rail, do grupo Barraqueiro, e a espanhola Renfe deverão manter intenção de entrar no mercado português.
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