[weglot_switcher]

Da Rauva à Paynest: Wired elege as melhores startups de Lisboa

São 10 as startups de Lisboa inseridas na lista da revista Wired. Do básico da saúde até ao espaço, conheça as startups desenvolvidas em Lisboa e agora reconhecidas.
startups
16 Outubro 2024, 08h27

A capital portuguesa continua a atrair talento e a ser uma porta de entrada para o continente europeu. A lista anual da revista Wired sobre as 100 startups do momento na Europa voltou a ser editada e continua a contar com energia lisboeta, bem como algumas das startups que foram criadas entre as linhas da cidade.

A escolha de Lisboa não é nova, sendo algo que já acontece desde antes da pandemia. Mas posiciona a capital portuguesa entre capitais como Berlim, Londres, Paris, Helsínquia, Estocolmo, Madrid, Amesterdão, Dublin e Zurique. Cada uma destas cidades recolhe 10 das melhores startups do momento para a Wired, que analisa ao pormenor tudo o que tem sido desenvolvido nas capitais.

Mas, na verdade, a presença de Lisboa e também de Portugal nestas listas não deve continuar a ser surpresa. Isto lembrando que a Comissão Europeia entregou a Lisboa o prémio de Capital Europeia da Inovação em 2023 e que o Financial Times e o Statista incluíram dois hubs portugueses entre os 10 melhores da Europa.

Ainda que sem ordem específica, João Medeiros da Wired escolheu por destacar a Rauva no início do seu texto, lembrando a imigração de Jon Fath dos Países Baixos para Portugal “com o único propósito de lançar uma startup de fintech

“A nossa solução ajuda a reduzir o tempo dispendido em processos burocráticos”, aponta Fath à publicação. A Rauva foi fundada por Jon e Sam Mizrahi em 2022 e desde então que já tem mais de três mil utilizadores e ajudou a criar mais de uma centena de empresas.

Segue-se a Neuraspace, que possui atualmente quase 9.900 satélites ativos em órbita do planeta. Chiara Manfletti, fundadora da Agência Espacial Portuguesa e CEO da Neuraspace, diz à Wired que o “risco de colisões causadas por detritos espaciais está a aumentar” e que as mesmas “podem destruir satélites, levando a perdas financeiras substanciais e interromper serviços essenciais” onde se incluem a Internet e simples transações bancárias.

Desde a sua fundação em 2020, a startup de Chiara já angariou um total de 25,3 milhões de euros.

O saco de box inteligente não deixou ninguém indiferente, e isso mostra-se com a inclusão da Bhout na lista. Mauro Frota e Pedro Barata lançaram a Bhout em 2021, com este equipamento a possuir unidade de processamento com Inteligência Artificial e sensores biométricos.

Com um caminho que não se mostrou fácil, embora os fundadores tenham conseguido superar as adversidades, a Bhout prepara-se para abrir 20 ginásios entre Portugal e Espanha, além de já ter em linha a venda destes sacos inteligentes por preços que podem ir dos seis mil aos 10 mil euros. O ano passado conseguiu angariar 10 milhões de euros numa ronda Seed.

A revista não se esqueceu da saúde digital. A MyCareforce, fundada por Pedro Cruz Morais, é uma plataforma que junta enfermeiros a hospitais e clínicas a turnos que lhes sejam convenientes, de forma a ganhar mais capital.

A plataforma foi lançada em 2021 por Pedro Cruz Morais e João Hugo Silva, e já soma mais de 15 mil enfermeiros registados, além de trabalhar com mais de 70 unidades de saúde em Portugal e no Brasil. Recentemente angariou uma ronda de dois milhões de euros liderada pela Portugal Gateway, Shilling e Demium Capital.

De seguida, uma startup que ainda não parou de crescer no ecossistema português. A startup Oscar, criada por João Marques, permite reservar mais de 150 serviços domiciliários a uma taxa fixa, com estes a chegarem num espaço de meia hora.

Nascia assim a Uber dos pequenos serviços em Portugal em 2019, que já cresceu em Portugal e já está disponível em Madrid. No seu conjunto há mais de 20 mil técnicos disponíveis. Em maio deste ano, a startup de limpezas angariou seis milhões de euros e tem apresentado um crescimento de 40% entre trimestres.

Mais uma startup da área da saúde que mereceu a atenção da Wired: Glooma. Frederico Stock (CEO) e Francisco Nogueira juntaram-se para criar a startup depois de um cancro a nível familiar, com o objetivo de uma prevenção mais atempada.

Por isso, a startup nascida em 2020 está a desenvolver a SenseGlove, uma luva com sensores inteligentes para, neste caso em específico, as mulheres fazerem os auto-exames para prevenção do cancro da mama.

Testes mostram que a luva identificou cancro corretamente em 88% dos casos, apresentando uma taxa de 12% de falsos positivos, indicando espaços para melhorias mas que este será o caminho a percorrer. Até à data, a startup já recolheu mais de 700 milhões de euros, está em ensaios clínicos e espera receber aprovação da FDA até ao próximo ano.

Como marcar serviços de beleza? A SheerMe apresenta a solução: uma aplicação, desenvolvida por Miguel Ribeiro, que viu uma lacuna quando percebeu que 85% dos serviços de bem-estar e beleza requerem marcação prévia e muito poucos aceitam reservas online.

Atualmente, são mais de 250 mil utilizadores em Portugal, Brasil e Espanha. A SheerMe recolheu cinco milhões de euros num ronda inicial.

As empresas querem ter presença nas redes sociais para se promoverem junto dos seus públicos. Com isto em mente, Afonso Coimbra criou a Sqill, um editor de vídeo com tecnologia de IA para as marcas utilizarem nas suas redes.

A plataforma utiliza IA para tarefas, como recomendar o que publicar ou adicionar legendas automaticamente. Fundada em 2021 por Coimbra, Rui Ascenso e André Perdigão, a startup angariou dois milhões de euros e tem clientes em Portugal, Espanha, Brasil e EUA, incluindo a L’Oréal, o mercado online Worten e o clube de futebol português FC Porto.

Aprender ao mesmo tempo que se brinca? É possível, com a ajuda da portuguesa Ubbu, que já soma mais de 300 mil estudantes de 20 países diferentes. A Ubbu, fundada por João Magalhães, serve como plataforma de aprendizagem online, focada em competências de codificação e temas digitais.

O público-alvo desta plataforma são as crianças entre os seis e 12 anos, com o propósito de reduzir as barreiras à entrada no mercado tecnológico e captar talentos desde muito cedo, uma vez que é esta geração que está em permanente ligação com a tecnologia.

Por último, e não menos importante, a Paynest fundada por Nuno Pereira em 2022. Esta é uma plataforma desenvolvida pelo português com o objetivo de ajudar as empresas a gerirem as finanças dos seus colaboradores, tendo a experiência pessoal como ponto de partida.

As características incluem uma gestão simplificada de despesas, acesso antecipado a salários e bónus, formação financeira e acesso a ferramentas de literacia financeira. O Paynest é utilizado por mais de 30 mil trabalhadores de mais de 50 empresas em Portugal, Grécia e França. Já angariou três milhões de euros desde a sua criação.

RELACIONADO
Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.