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Depois do tombo, a recuperação: Tesla valoriza 1,5% depois de queda de quase 7%

A Tesla encerrou a sessão de segunda-feira, em Wall Street, a desvalorizar 6,7%. Esta terça-feira já se nota alguma recuperação mas os mercados estão nervosos com as aparentes intenções políticas de Elon Musk.
Tesla
REUTERS/Stephen Lam
8 Julho 2025, 10h50

Depois da tempestade vem a bonança. Assim se poderia descrever o atual momento da Tesla. Depois de ter encerrado a sessão bolsista de segunda-feira, em Wall Street, com uma descida de 6,7% esta segunda-feira a fabricante de automóveis elétricos, liderada por Elon Musk, está a valorizar 1,5% em pré-mercado para os 298,41 dólares.

Mas as boas notícias desta segunda-feira não escondem a desvalorização que a marca automóvel tem sofrido desde o início do ano que já se cifra em 22,5%. Contudo, há um ano verifica-se uma subida de 16,2%.

As ações da Tesla quebraram na segunda-feira depois do anúncio no fim-de-semana por parte do CEO da empresa automóvel, Elon Musk, de que pretendia criar um novo partido nos Estados Unidos, o ‘America Party’.

O mercado acabou por não reagir bem à novidade lançada por Elon Musk.

A intenção de Elon Musk surge depois da aprovação da ‘Big Beautiful Bill’, a proposta orçamental do governo dos Estados Unidos, presidido por Donald Trump. Elon Musk criticou a proposta orçamental alertando que levaria ao aumento da dívida norte-americana em cinco biliões de dólares.

O anúncio de Elon Musk também não caiu bem na Azoria Partners. A empresa decidiu adiar o lançamento de um Exchange Traded Fund (ETF) da Tesla depois de revelado que Elon Musk pretendia criar um novo partido.

O CEO da empresa, James Fishback, deixou ainda um recado ao board da fabricante de automóveis elétricos.

“Encorajo o board [da Tesla] a se reunir imediatamente e perguntar a Elon Musk se pode clarificar as suas ambições políticas e para avaliar se existe compatibilidade [entre criar um novo partido político] com as suas obrigações para com a Tesla como CEO”, disse James Fishback, na rede social X.

E as críticas não se ficaram por aqui. Os analistas da William Blair, Jed Dorsheimer e Mark Shooter, esperam um “crescimento do cansaço” dos investidores num altura em que o negócio necessita da atenção de Elon Musk. Citados pelo Business Insider os analistas alertam que os investidores estão a ver “desvantagens” no ingresso de Elon Musk na política.

O mesmo sentimento foi demonstrado por Dan Ives, um conhecido investidor da Tesla e analista da Wedbush Securities, que considera que as coisas “pioraram” para a fabricante automóvel com o anúncio da criação de um novo partido por Elon Musk.

“Este mergulho mais profundo [de Elon Musk] na política é exatamente o oposto daquilo que os investidores e acionistas da Tesla esperam de Elon Musk nesta altura”, alertou Dan Ives.

O presidente norte-americano foi também crítico do anúncio de Elon Musk. Para Donald Trump a tentativa de Elon Musk em criar um novo partido “é ridícula”. Refira-se que até há bem pouco tempo Elon Musk fazia parte da administração norte-americana, de Donald Trump, através do DOGE, o departamento que tinha como função aumentar a eficiência do executivo.

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