[weglot_switcher]

Desemprego deixa Touros em terra

A reacção dos investidores foi de retirar algum risco de cima da mesa.
  • Mike Stone/Reuters
24 Julho 2020, 12h35

Quando, no início de Junho, os non-farm payrolls nos EUA, relativos ao mês de Maio, indicaram a criação de 2,5 milhões de postos de trabalho, a reacção do mercado foi de incredibilidade, desde logo pelo facto dos economistas terem previsto uma perda de 7,5 milhões de empregos para esse mês.

Depois porque, não obstante durante os meses de Abril e de Maio os pedidos de subsídios de desemprego terem diminuído, continuaram em volumes muito superiores aos dos meses anteriores à crise, não deixando antever uma melhoria tão célere do mercado de trabalho. Surpresa essa que, na altura, deu um impulso considerável à teoria da recuperação em V da economia e por consequência ao optimismo dos Touros de Wall Street, apesar dos avisos à data do presidente da Fed no sentido de uma recuperação lenta e gradual.

Esta quinta-feira, os investidores foram de novo apanhados de surpresa, mas desta vez pela negativa, devido ao aumento dos pedidos de desemprego na semana que passou, quando os analistas previam uma redução marginal para os 1,3 milhões e não os 1,42 milhões que foram divulgados.

Ora, com os índices norte-americanos perto de máximos históricos, as avaliações das empresas muito acima da média de longo prazo e ainda sem um novo acordo para mais um pacote de auxílio à maior economia do mundo, a reacção dos investidores foi de retirar algum risco de cima da mesa, principalmente nos sectores que mais têm valorizado nos últimos meses como o tecnológico, mas igualmente das empresas com maior capitalização.

O resultado foi a queda mais acentuada do Nasdaq, que excedeu os -2,2%, enquanto que o Russell 2000 conseguiu terminar positivo, ou seja, ocorreu uma clara rotação de capital para activos mais seguros, favorecendo as utilities e as retalhistas de produtos essenciais, os dois outros grupos do S&P500 que em conjunto com as financeiras escaparam ao vermelho.

A procura por segurança estendeu-se ao mercado cambial, empurrando o yen para um ganho de 0,3% nos 106,84 por US dólar, enquanto que nas matérias-primas o ouro continua a brilhar, alcançando uma valorização de 1%, para o nível mais elevado dos últimos nove anos, nos $1,882 por onça.

 

 

O gráfico de hoje é do Russell2000, o time-frame é Diário.

O índice das small caps está por enquanto a aguentar a quebra da linha de tendência (azul), que abriu espaço para uma valorização no curto-prazo, que pode ir até aos máximos de Fevereiro.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.