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DGS ainda não sabe se curados em cuidados intensivos vão ter sequelas permanentes

O que define para a DGS uma pessoa curada da Covid-19? “Uma pessoa recuperada implica ter dois testes negativos com um intervalo de 24 horas. Não é assim em todos os países e, portanto, se nós utilizássemos um critério não tão apertado, certamente já teríamos mais pessoas recuperadas”, explicou Graça Freitas.
  • JOSÉ SENA GOULÃO/POOL/LUSA
22 Abril 2020, 14h04

A diretora-geral da Direção-Geral de Saúde (DGS), Graça Freitas, afirmou esta quarta-feira, 22 de abril, que a ainda é cedo para apurar se as pessoas que contraíram Covid-19 e foram curadas após tratamento em unidades de cuidados intensivos ficarão, ou não ficarão, com sequelas permanentes.

“Tudo o que nós sabemos é o que está na literatura [médica] e estão descritas algumas situações – aquelas que foram particularmente graves -, em que existiriam sequelas. Mas nós, em Portugal, ainda temos muito pouco tempo de epidemia para poder concluir se uma pessoa que esteve numa unidade de cuidados intensivos vai ficar com sequelas permanentes ou não”, afirmou Graça Freitas, durante a conferência de imprensa sobre o balanço diário do boletim epidemiológico da DGS.

A responsável máxima da DGS assegurou, ainda, que as autoridades de saúde pública estão a “melhorar o sistema de informação para permitir o acompanhamento até à recuperação total”.

O que define para a DGS uma pessoa curada da Covid-19? “Uma pessoa recuperada implica ter dois testes negativos com um intervalo de 24 horas. Não é assim em todos os países e, portanto, se nós utilizássemos um critério não tão apertado, certamente já teríamos mais pessoas recuperadas”, explicou Graça Freitas.

Questionada sobre as queixas dos profissionais de saúde sobre o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SINAVE), Graça Freitas garantiu que o SINAVE vai ser melhorado e reconheceu as limitações do mesmo. Contudo, lembrou tratar-se de uma obrigatoriedade a introdução dos dados sobre cada teste realizado para o combate à pandemia da Covid-19.

“Só a partir do reporte médico e laboratorial é que conseguimos acompanhar a evolução da pandemia, e se queremos boa informação temos de a reportar “, disse.

“Obviamente que temos intenções de melhorar em parceria com a SPMS, porque este sistema foi construído para uma situação completamente diferente do ponto de vista do número de casos diário. Nós temos de agradecer muito aos médicos a resiliência que tem tido para o preencher. Independentemente do sistema ser pouco ou muito amigável, de estar mais ou menos lento, todos os médicos têm a obrigação de notificar o SINAVE, exatamente como todos os laboratórios têm a obrigação de notificar o SINAVE, mesmo que o resultado seja negativo”, detalhou.

Portugal regista hoje 785 mortos associados à covid-19, mais 23 do que na terça-feira, e 21.982 infetados (mais 603), de acordo com o boletim da DGS. Comparando com os dados de terça-feira, em que se registavam 762 mortos, hoje constatou-se um aumento percentual de 3%.

Durante a conferência de imprensa, Graça Freitas afirmou que o número total de mortos é relativo a todos os óbitos registados em Portugal, “seja em domicílio, seja em lar ou seja em hospital”.

Relativamente ao número de casos confirmados de infeção pelo novo coronavírus, os dados da DGS revelam que há mais 603 casos do que na terça-feira, representando uma subida de 2,8%. A região Norte é a que regista o maior número de mortos (454), seguida da região Centro (175), de Lisboa e Vale Tejo (138), do Algarve (11), dos Açores (6) e do Atentejo, que regista um morto, adianta o relatório da situação epidemiológica, com dados atualizados até às 24:00 de terça-feira.

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