Os tempos de crise fizeram com que o número de apostas na lotaria tenha subido consideravelmente em relação aos últimos anos. Segundo o último estudo da Marktest sobre os hábitos dos portugueses com relação aos jogos de sorte, divulgado em agosto, dois em cada três residentes do Continente afirmam ter apostado na lotaria nos últimos 12 meses.
O aumento em relação ao último ano é de 3,5%, o que reflete directamente nos lucros da Santa Casa de Misericórdia de Lisboa (SCML). Os jogos sociais explorados pela instituição geraram uma venda bruta de 1790 milhões de euros somente no último ano, o equivalente a quase cinco milhões de euros por dia.
Ao analisar o perfil dos apostadores, o estudo concluiu que o hábito envolve todas as classes sociais e distintos tipos de rendas familiares. A grande maioria dos indivíduos que afirmaram tentar a sorte com frequência possui idade entre 45 e 54 anos, totalizando 74,1% dos entrevistados. Os mais jovens revelaram-se mais alheados ao hábito das apostas.
Ao contrário do que se poderia pensar, a frequência do hábito de apostar não difere muito entre homens e mulheres. Enquanto 71,4% dos homens referem jogar em lotarias, 60% das mulheres também o fazem.
O jogo que possui o maior número de adeptos é o Euromilhões, que contou com mais de cinco milhões de apostadores portugueses em 2013. Responsável por quase 53% da renda dos Jogos Santa Casa, a lotaria europeia sofreu uma leve queda no número de apostas, porém permanece como o principal jogo explorado pela instituição.
O gasto total dos portugueses com o Euromilhões alcançou o valor bruto de 939 milhões de euros em 2013. Segundo o site especializado na lotaria mais popular da Europa, o Euromilhões já repartiu aproximadamente 4500 milhões de euros em Portugal, que proporcionalmente é o país com maior número de vencedores entre os participantes desde o lançamento do prémio.
Outro jogo que merece destaque são as raspadinhas, consideradas um verdadeiro fenómeno dado ao exponencial crescimento nas vendas. No último ano, os portugueses gastaram quase 550 milhões de euros em raspadinhas, um incremento de 61% em comparação ao mesmo período do ano anterior. O valor equivale a um terço de toda a receita angariada com jogos sociais, que inclui ainda o Joker, Totobola, Totoloto, Lotaria Clássica e Lotaria Popular.
Para a Santa Casa de Misericórdia de Lisboa, os jogos sociais geraram um lucro líquido de 541 milhões de euros em 2013, montante bastante inferior ao valor bruto arrecadado com as apostas, que implica grandes despesas com a gestão do jogo e fiscalidade. O lucro é destinado a obras sociais e outras atividades como compra da dívida pública, aquisição de obras de arte e até mesmo policiamento em jogos da seleção portuguesa.
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