O Presidente norte-americano recusou dar apoio explícito ao Artigo 5.º do Tratado do Atlântico Norte sobre a defesa coletiva, afirmando apenas que está “comprometido em salvar vidas” e remetendo uma declaração quando chegar à cimeira da NATO, que começou esta terça-feira, 24 de junho.
“Estou comprometido em salvar vidas, com a segurança e darei uma definição exata [do que significa o Artigo 5.º] quando chegar [à cimeira da Organização do Tratado do Atlântico Norte – NATO]”, afirmou Donald Trump a bordo do avião presidencial Air Force One, a caminho de Haia, nos Países Baixos, para participar na reunião de líderes da Aliança Atlântica.
“Depende da definição. Há muitas definições do Artigo 5.º. Mas comprometo-me a ser amigo. Tornei-me amigo de muitos desses líderes e comprometo-me a ajudá-los”, acrescentou o governante norte-americano.
O Artigo 5.º do tratado da organização estabelece o princípio da defesa coletiva, segundo o qual um ataque contra um dos membros da NATO é entendido como um ataque contra todos.
Questionado também sobre o futuro da Aliança Atlântica, Trump respondeu que o seu desejo é “ter um sistema unificado”.
“Acho que vamos ter uma paz mais forte e melhor”, afirmou.
O Presidente norte-americano insistiu no plano para que os Estados-membros gastem 5% do Produto Interno Bruto (PIB) para o setor da Defesa, um dos temas-chave da cimeira que decorre hoje e quarta-feira em Haia.
“Quando cheguei à NATO pela primeira vez, eles estavam arruinados. Eu disse-lhes: ‘Vocês estão falidos’. Apenas sete dos 28 países que existiam na altura pagavam as quotas”, observou.
Depois de iniciar a viagem a partir de Washington, Trump escreveu na sua rede social, a Truth Social, que está “ansioso por encontrar os bons amigos europeus” e que espera conseguir “muitas coisas” nesta cimeira.
“Será um período muito mais tranquilo do que o que acabei de passar com Israel e o Irão”, comentou.
Na reunião de alto nível em Haia, os 32 Estados-membros da Aliança Atlântica, incluindo Portugal, devem acordar em atingir os 5% do PIB em Defesa – 3,5% para gastos diretos com Defesa (Forças Armadas, equipamento e treino) e 1,5% em investimentos de dupla utilização como infraestruturas e indústria.
Além dos 32 membros da NATO, estão presentes na cimeira países parceiros estratégicos, como a Ucrânia e nações do Indo-Pacífico, bem como representantes de organizações como a União Europeia, Von der Leyen pela Comissão Europeia e o presidente do Conselho Europeu, António Costa.
A par do conflito em curso na Ucrânia, que dura há mais de três anos na sequência da invasão russa, a decisão dos Estados Unidos de bombardear instalações nucleares iranianas durante o fim de semana deverá dominar as discussões na reunião da organização fundada em 1949.
A ação ordenada pelo Presidente Donald Trump ditou o envolvimento direto de Washington, um aliado tradicional de Telavive, no conflito entre Israel e o Irão, iniciado a 13 de junho.
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