Viveu-se uma noite de emoções fortes na Madeira este domingo com os resultados a obrigarem Miguel Albuquerque a ter de negociar para conseguir uma maioria estável e Luís Montenegro a negar qualquer tipo de acordo com o Chega. Socialistas perderam oito deputados.
Este domingo ficou marcado pelas eleições regionais na Madeira que atribuíram o primeiro lugar à coligação PSD-CDS/PP, mas sem maioria absoluta como chegou a ser projetado nas sondagens. Existiram ainda novidades, com dois partidos a voltar ao parlamento regional e outros dois a estrearem-se. Saiba o essencial sobre os resultados e o que disseram os líderes partidários sobre as negociações que se seguem.
Quanto foi a taxa de abstenção?
Inicialmente as projeções da Universidade Católica para a RTP indicavam que a taxa de abstenção rondava entre os 44% e os 48%. No entanto, os resultados finais demonstraram que a taxa de abstenção foi de 46,66%. Nas últimas eleições regionais, em 2019, a taxa de abstenção foi de 44,49%.
Qual foi a dimensão da vitória da coligação PSD/CDS-PP? Como reagiu Miguel Albuquerque?
O líder da coligação PSD/CDS, Miguel Albuquerque ficou com o primeiro lugar, mas sem maioria absoluta, tendo alcançado 43,13% dos votos. Mas ao contrário do que muitos pensavam, por afirmações que Albuquerque fez no passado sobre não liderar sem ser com maioria absoluta, o líder da coligação Somos Madeira afirmou que não desistia e até já tinha solução para obter maioria. No entanto, exclui o Chega desse leque de opções.
“Asseguro que apresentarei nos próximos dias essas condições para governar com maioria absoluta em estabilidade, sendo certo que dessa coligação está excluído o Chega”, frisou Albuquerque.
Quem ficou em segundo lugar?
Em segundo lugar ficou o PS, mas passou de 19 deputados para 11, uma queda muito expressiva. O PS Madeira conseguiu o segundo lugar nas eleições regionais com 21,30 %, o que se traduziu em 28.844 votos.
Na reação à noite eleitoral, o cabeça de lista do PS Madeira, Sérgio Gonçalves, admitiu que os resultados do partido “ficaram aquém dos seus objetivos, em termos de número de mandatos, porque houve dispersão de votos nos partidos mais pequenos”.
Quais são os partidos que se vão estrear no Parlamento?
O Chega e a Iniciativa Liberal conseguiram eleger deputados e como tal vão estrear-se no Parlamento da Madeira. O Chega obteve 8,88% dos votos e conseguiu eleger quatro deputados. Por sua vez, a Iniciativa Liberal alcançou 2,63% dos votos e elegeu um deputado.
Nuno Morna, da IL Madeira, admitiu a possibilidade de sentar-se e discutir com Miguel Albuquerque uma solução para atingir uma estabilidade governativa. No entanto, Miguel Castro, do Chega Madeira, recusou qualquer tipo de entendimento com a coligação vencedora do escrutínio.
Que partidos regressam ao Parlamento?
O Bloco de Esquerda Madeira conseguiu 2,24 %, sendo estes 3.036 votos, tendo conseguido eleger um deputado. Já o PAN alcançou os 2,24 %, que se traduz em 3.036 votos e tal como o BE, conseguiu colocar um deputado no hemiciclo madeirense. De recordar que estes partidos tinham saído do parlamento nas eleições de 2019.
Da mesma forma que a IL demonstrou disponibilidade para discutir soluções governativas com Miguel Albuquerque, também o PAN admitiu coligar-se com o PSD/CDS-PP e reforçar a maioria.
Como reagiu Luís Montenegro aos resultados?
O líder do PSD nacional considerou que a vitória eleitoral foi conseguida com “um resultado expressivo” e sobre a solução governativa, proferiu a frase mais importante da noite: que o PSD Madeira não iria coligar-se com o Chega.
E o que disse André Ventura sobre possíveis coligações?
“Quero deixar claro que o Chega está indisponível para fazer qualquer acordo, qualquer entendimento com Miguel Albuquerque”, disse o presidente do partido depois de conhecidos os resultados.
E Rui Rocha, líder máximo da Iniciativa Liberal?
“Este é um compromisso assumido para Nuno Morna [líder da IL Madeira] que eu subscrevo, a Iniciativa Liberal é o adulto na sala e o adulto na sala está com todo o empenho e disponibilidade para que se forme uma solução de estabilidade para a Madeira”, disse Rui Rocha.