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Embaixadora da Ucrânia diz ser preciso conhecer propostas concretas de Trump

A embaixadora da Ucrânia em Portugal fala da Síria, de Vladimir Putin, de Donald Trump, de António Costa e explica que o inverno que aí vem e que, diz Maryna Mykhaylenko, será ainda mais difícil do que o anterior.
Ucrânia
13 Dezembro 2024, 09h19

Entrevistada no programa Ponto Central da Antena 1, a a embaixadora da Ucrânia em Portugal, Maryna Mykhaylenko, avisa que todas as ditaduras acabam por chegar ao fim. E dá o exemplo recente da Síria, sublinhando que a Rússia de Vladimir Putin fica enfraquecida com a queda do regime de Bashar Al-Assad: “Os acontecimentos na Síria demonstram bem a fraqueza do regime de Putin”.

Já quanto ao possível impacto que o regresso de Donald Trump à Casa Branca pode ter na guerra no Leste da Europa, Maryna Mykhaylenko diz que tudo vai depender da proposta concreta que será apresentada pelo próximo presidente norte-americano. Trump tem dito diversas coisas sobre a matéria – tendo começado por afirmar que acabaria com a guerra em 24 horas, mas de então para cá tem assumido posições que parecem mais próximas da realidade. O seu recente encontro com o presidente ucraniano por ocasião da inauguração da renovada Notre Dame de Paris lançou alguma esperança que o presidente eleito dos Estados Unidos se tenha tornado mais sensível às posições de Kiev face a Moscovo. Mas o facto de pouco se saber de concreto sobre o encontro mediado por Emmanuel Macron não é, apesar de tudo, um bom indicador.

Questionada sobre se Donald Trump será mais favorável aos interesses do presidente Zelensky ou aos do presidente Putin, a embaixadora responde: “Ele quer devolver a paz à Europa, quer acabar com esta guerra. E a Ucrânia também está muito interessada em obter a paz. Mas é muito importante para nós que seja uma paz justa e duradoura”.

A embaixadora da Ucrânia em Portugal deixa também a garantia de que Kiev nunca irá aceitar oficialmente uma cedência dos territórios ocupados pela Rússia. Resta saber que tipo de pressão exercerá a comunidade internacional sobre a matéria, quando chegar a a altura de todos se sentarem à mesa das negociações.

Na corrida ao armamento, a embaixadora da Ucrânia pede aos países europeus para não se atrasarem. Maryna Mykhaylenko avisa que a Rússia está a investir muito dinheiro em equipamento militar, o que representa uma ameaça de segurança para toda a Europa, se os outros países, como Portugal, não reforçarem a aposta no sector da Defesa.

O próximo Inverno na Ucrânia vai ser mais difícil do que o anterior. É o que admite a embaixadora ucraniana em Portugal. Maryna Mykhaylenko critica os ataques russos contra a rede energética do país e admite que a Ucrânia precisa do apoio dos aliados, como Portugal, para aumentar o número de geradores elétricos, assim como material para reparar estas infraestruturas essenciais.

São cada vez mais os ucranianos com dupla nacionalidade a viver em Portugal. Maryna Mykhaylenko adianta que, entre imigrantes e beneficiários do estatuto de proteção temporária por causa da guerra, existem, neste momento, mais de 80 mil ucranianos em território português. Os últimos números conhecidos apontavam para perto de 60 mil refugiados ucranianos a viver em Portugal. Mas a embaixadora da Ucrânia garante que a comunidade ucraniana a viver em território português é composta por mais de 80 mil pessoas.

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