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Empregos de secretariado: recrutamentos crescem e idade dos recrutados também

Raquel Afonso conta ao Jornal Económico como se tornou Executive Assistant do Gabinete da Presidência do Estádio do Sport Lisboa e Benfica – Porta 18. Em Portugal, segundo a Michael Page, os fundos de investimento imobiliário, sociedades de advogados e multinacionais tecnológicas lideram recrutamentos na área do secretariado. 
  • Tiago Petinga/Lusa
21 Julho 2019, 13h29

Definitivamente, o secretariado não é uma função em vias de extinção, pelo menos, a avaliar pelo crescimento que verifica. Ao Jornal Económico, a Michael Page assinala um aumento da procura dos “perfis mais maduros para o desempenho de funções relacionadas com esta área, não só em Portugal como a nível mundial”, nos últimos cinco anos. Só entre janeiro e maio,  há a registar um acréscimo de 33% no setor, comparativamente ao período homólogo do ano passado.

Ana Castro Dias, manager da área de Secretarial & Manager Suppport & Customer Service da Michael Page, explica que na área de Secretarial & Management Support, sobressai  um outro dado: diversidade na idade do recrutamento, incluindo colaboradores mais velhos do que poderia parecer normal. “A preferência por profissionais com mais anos de experiência e maturidade, foi sobretudo registada pelas empresas que procuram recrutar perfis de secretariado executivo, nomeadamente as sociedades de advogados”, adianta.

Na mira das empresas estão sobretudo os perfis qualificados, com formação superior e mestrado e domínio de línguas, nomeadamente inglês, francês e espanhol. Já as funções mais procuradas estão relacionadas com o secretariado propriamente dito, ‘office manager’ e atendimento (rececionistas).

A discrição e confidencialidade, a proatividade e multi-tasking associadas ao dinamismo e ao sentimento de integração na empresa foram as soft skills mais procuradas.

“A preferência por profissionais com experiência consolidada e qualificados, tem sido evidenciada em determinados setores. Há cada vez mais pessoas a trabalharem até mais tarde nas suas vidas e prevê-se que essa tendência se mantenha, alinhada com os fatores económicos e demográficos”, explica Ana Castro Dias. Esta procura pelo talento mais maduro é, segundo esta responsável, “um reflexo do mercado de trabalho mais flexível e inclusivo, com maior abertura e disponibilidade para integrar colaboradores seniores, valorizando, acima de tudo, a competência e experiência profissional”.

Fundos de investimento imobiliário, sociedades de advogados e multinacionais tecnológicas estão na linha da frente dos que mais recrutam nestas áreas em Portugal.

 

O Jornal Económico dá a palavra a Raquel Afonso, Executive Assistant do Gabinete da Presidência do Estádio do Sport Lisboa e Benfica – Porta 18

“Recrutar para a função de Assistente de Administração/Executive Assistant, pode parecer simples, mas na minha opinião não é.  À semelhança dos processos de recrutamento de executivos, também este tem de ser um processo sofisticado de modo a garantir que a escolha do candidato se adequa ao perfil certo para o lugar e para a organização.
O sucesso nessa escolha depende sobretudo de quem está a recrutar. Conhecer bem a organização, as expectativas do cliente e o perfil e expectativas do candidato é a missão do profissional de recrutamento. A experiência em processos anteriores é também um fator diferenciador.

“A maioria das empresas quando procuram candidatos para esta função, valorizam a experiência e competências técnicas. Por falta de tempo ou de conhecimento muitas vezes subestimam as soft skills, uma dimensão tão ou mais importante que as outras duas.
As organizações são diferentes pela natureza dos seus negócios, das suas missões, dos seus valores e acionistas, mas todas têm algo em comum – a especificidade das relações humanas. Os especialistas em recrutamento sabem identificar e conjugar as competências técnicas a experiência e personalidade, para cada função e organização.

“Eu trabalhava há 18 anos numa empresa de consultoria e tecnologias de informação quando senti que queria ter outra experiência profissional. Tomei a decisão de consultar a Michael Page.
Expliquei o que fazia, o que sentia e pedi ajuda para encontrar um novo desafio. Apesar de já conhecer a Michael Page em circunstâncias profissionais, devido a anteriores colaborações com a organização onde trabalhava, fiz uma entrevista orientada a revelar a minha pessoa, as minhas competências pessoais, objetivos e a forma como eu encaro a vida no dia a dia. A ideia foi mostrar a pessoa e não apenas a profissional.

“Esta conversa e um curriculum standard foram a chave para encontrarem passado um ano, a oportunidade ideal para mim. Hoje estou grata a todos os que conduziram o meu processo de recrutamento, pois tendo tido muitas dúvidas se seria a opção certa, hoje tenho a certeza de que faço aquilo que gosto, com pessoas que me inspiram e numa organização totalmente diferente da anterior. Acertaram em cheio! ”.

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