Centro de Conhecimento chega para preencher e reduzir lacuna, em que as descobertas científicas e comprovadas demoram a ser implementadas nos sistemas de saúde.
A Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa lança esta quarta-feira o Knowledge Center da Ciência da Implementação e também a Rede Portuguesa da Ciência da Implementação. Estas duas estruturas são pioneiras em território nacional e pretendem promover uma maior eficiência nos serviços de saúde, mas também transformar a forma como as políticas e práticas são aplicadas.
O objetivo final é melhorar os resultados de saúde nas populações portuguesas. Atualmente, um dos maiores desafios da saúde pública é o tempo de espera entre a produção de conhecimento científico e a aplicação prática, ou seja, o tempo entre o qual se faz a descoberta e existe apoio científico para comprovar a eficácia até chegar ao tratamento.
O Centro de Conhecimento chega para preencher e reduzir esta lacuna, que atualmente demora anos a ser implementada pelos sistemas de saúde, ao identificar as barreiras e agir como um facilitador à integração da inovação nos cuidados de saúde e desenvolver estratégias para que as soluções sejam adotadas.
Segundo a Escola Nacional de Saúde Pública, este centro vai funcionar com “uma abordagem multidisciplinar, que analisa e otimiza a operacionalização de políticas e intervenções baseadas em evidências no mundo real, o que contribui para melhorar o impacto na saúde da população, reduzir custos, aumentar a eficiência e diminuir desigualdades”.
Como é que o Centro da Ciência da Implementação vai funcionar?
- Adesão e implementação de programas de deteção precoce de cancro: com este ramo a desempenhar um papel fundamental ao transformar planos de rastreio em ações eficazes. Permite identificar barreiras e ações que facilitam a adesão a estes programas, por parte de diferentes grupos, como populações vulneráveis, sem esquecer as necessidades dos profissionais de saúde e dos sistemas de saúde
- Adoção de novas tecnologias em saúde: crucial para integrar novas tecnologias, como aplicações móveis para redução de risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2 ou de doenças cardiovasculares, nos sistemas de saúde. Analisa barreiras como a adesão dos utilizadores e a aceitação dos profissionais de saúde, propondo estratégias para superar desafios e adaptar as tecnologias ao contexto. Permite também avaliar fatores cruciais para a implementação de novas tecnologias, como a sua aceitação, adoção, custo, viabilidade, penetração no mercado e sustentabilidade, garantindo que as tecnologias são viáveis e sustentáveis na prática real
- Melhorar a experiência dos utentes: Ciência da Implementação pode ajudar a transformar a jornada do utente, identificando pontos críticos ou barreiras de acesso, como tempos de espera prolongados ou dificuldades na navegação pelo sistema. Com base nessas análises, propõe estratégias para otimizar fluxos, melhorar a coordenação entre diferentes níveis de cuidados e assegurar que os serviços são acessíveis e centrados no paciente. Além disso, avalia continuamente a eficácia dessas estratégias, considerando indicadores como satisfação das pessoas, adesão aos tratamentos e eficiência operacional.