Na sua mensagem de Ano Novo, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, alertou para a necessidade de solidariedade institucional e cooperação estratégica em 2025, que garanta que o país tem estabilidade. Desde a “especial sintonia entre mensagens” à “pressão a Montenegro”, depressa os partidos reagiram.
À direita, o vice-presidente do PSD, Carlos Coelho, assinalou “especial sintonia” entre a mensagem de Ano Novo do Presidente da República e a de Natal do primeiro-ministro.
“Na semana passada estive aqui para comentar a mensagem de Boas Festas do primeiro-ministro e hoje [quarta-feira, 1 de janeiro] ouvimos a mensagem de Ano Novo do Presidente da República. Ambas sublinham esperança no futuro e há especial sintonia entre elas”, disse Carlos Coelho.
Por sua vez, Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS, considerou que Marcelo Rebelo de Sousa identificou “desígnios que devem ser partilhado por todos”, assim como um apelo à união, deixando ainda críticas a Luís Montenegro. Segundo Pedro Nuno Santos, desde o começo do mandato que “o primeiro-ministro não teve um discurso sobre a economia portuguesa e tem revelado uma incapacidade de falar de economia”.
“Do Governo ainda não tivemos a apresentação de uma estratégia para a economia portuguesa. Sabemos que o Governo quer executar o PRR e reduzir o IRC”, disse. Para o líder socialista, este Governo “foi incapaz de concretizar as promessas da campanha e uma incompetência atroz”.
Já o Chega de André Ventura referiu que faltou “uma palavra firme” ao discurso de Ano Novo de Marcelo Rebelo de Sousa sobre saúde e sobre a insegurança que se vive no país. Na perspetiva do Chega, a mensagem do Chefe de Estado “ficou aquém, porque esperaríamos uma mensagem capaz de apontar ao Governo os caminhos errados”.
“Falhou mensagem de crítica do que tem acontecido na saúde”, apontou Ventura, acrescentando que “falhou também uma palavra do Presidente da República sobre o clima de insegurança que se vive em Portugal” e “uma palavra de clareza junto das forças de segurança”.
Pela Iniciativa Liberal, Rui Rocha defendeu que no discurso do Presidente houve uma “grande ausência: a reforma do Estado”. “Todos falam da necessidade de crescimento económico, da necessidade de sermos competitivos e no ambiente desafiante internacional, mas não há ninguém que fale na reforma do Estado, que creio ser absolutamente essencial”, frisou Rui Rocha.
“Precisamos de acelerar Portugal, precisamos da reforma do Estado e é como se ninguém tivesse noção que o Estado se pudesse reformar”, considerou o liberal.
À esquerda, o deputado do BE, Bruno Maia, disse que “quando falamos de Abril, de democracia e do futuro [em referência ao início do discurso], é bom que não esqueçamos que esse futuro e essa democracia se fazem sustentar por um serviço de saúde público, por uma escola pública e pelo direito à habitação”.
“Para nós, não se pode falar de futuro e de democracia sem falar de saúde, de educação, quando continuamos a ter escolas sem professores, e sem falar de habitação, quando continuámos a ver, em 2024, os valores das rendas e os números do acesso a habitação a piorarem”, apontou Bruno Maia.
Ainda à esquerda, o membro da Comissão Política do Partido Comunista Português (PCP), Rui Fernandes, afirmou que o país precisa de “paz e cooperação” e não de “uma política de disputa entre Estados”. “Portugal necessita de uma mudança de política, que assente nos valores constitucionais e promova aumento de salários, aumento de pensões e responda aos diversos problemas sociais”.
“Mais do que as palavras, espero atitudes dentro do que são as competências que o Presidente tem”, concluiu.
Já a líder parlamentar do Livre classificou a mensagem de Ano Novo do Marcelo Rebelo de Sousa como “muito derrotista”, tanto no plano internacional como nacional, e que “não deixou grandes esperanças para o próximo ciclo”. “Esta mensagem causou-nos bastante estranheza porque nos pareceu uma mensagem muito derrotista tanto no plano internacional como no plano nacional”, afirmou à Lusa Isabel Mendes Lopes.
No lado do PAN, Inês de Sousa Real considerou que foram deixados “recados” ao primeiro-ministro, como “cooperação institucional”, que “devem ser ouvidos”. “Neste momento, sendo um Governo de direita, com a cor do Presidente, temos de garantir que o mesmo não deixa de pressionar Luís Montenegro para assegurar que as pessoas sentem as alterações nas suas vidas”, referiu a porta-voz do PAN.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com