Os estragos políticos já parecem ser insanáveis, mas uma fonte citada pelo jornal “The New York Times” avança que Joe Biden está a ponderar desistir da corrida à presidência e que poderá tomar essa decisão em breve. À mudança de posição não será alheio, dizem os comentadores, o facto de o antigo presidente Barack Obama (de quem Biden foi vice) se ter juntado ao cada vez mais numeroso grupo de democratas que pedem que o ainda presidente desista da corrida.
Biden levou sempre em grande consideração os conselhos de Obama – e também de Bill Clinton, outro ex-presidente democrata – e aparentemente não conseguiu ficar alheio ao pedido. Biden resistiu até agora a toda a pressão, que, antes de Obama, tinha como expoente máximo Nancy Pelosi, antiga líder da Câmara dos Representantes. Mas, desde que Pelosi decidiu organizar uma viagem ‘’não autorizada’ pela Casa Branca a Taiwan, a relação entre os dois deixou de ser de total confiança política.
Para além do problema do tempo – que em termos eleitorais já é muito curto – os democratas têm ainda que resolver o maior de todos os problemas: a quem endossar os votos democratas. Não há nenhum outro candidato a disputar o lugar de candidato, uma vez que os democratas optam sempre por manifestar sinais exteriores de união. Aconteceu assim em 2019 – quando Kamala Harris no lugar de vice-presidente permitiu unir a ala esquerdista com os moderados. E aconteceu outra vez este ano, quando o partido tratou de ‘atirar fora’ a candidatura de Robert F. Kennedy (filho do assassinado Bobby e sobrinho do também assassinado John) – que continuou no ativo como independente.
Ora – mas isso ninguém podia imaginar – esta candidatura, se corresse no interior do partido, seria uma excelente alternativa. Até porque Kennedy tem nas sondagens uma posição que não é despicienda: está próxima dos 10% (quando as sondagens o ‘misturam’ com Biden e Trump).
Coma alternativa Kamala Harris a ter muito pouca tração no interior do Partido Democrata e com nenhum nome a conseguir distinguir-se ao longo dos últimos quatro anos, não há alternativa. Uma sondagem qualquer dizia que apenas a ex-primeira dama Michele Obama conseguiria ganhar a Trump. A maioria dos comentadores tende a ouvir isso com um sorriso trocista, dado que Michele não ficou conhecida por ter um pensamento político consistente e de há uns anos a esta parte transformou-se numa espécie de estrela pop das revistas de mexericos. Isto é, não cumpre os ‘mínimos’ para ser alguém que ‘amedronte’ a candidatura de Donald Trump.
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