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EUA: Emprego continua a superar expectativas com 147 mil postos em junho

A taxa de desemprego também caiu inesperadamente, recuando 0,1 pontos percentuais quando o mercado antecipava uma subida da mesma magnitude. Ainda assim, 87% dos ganhos laborais nos últimos dois anos e meio são concentrados em três sectores.
3 Julho 2025, 15h08

A economia norte-americana continua a superar as expectativas, registando um novo crescimento do emprego acima do esperado em junho, combinado com uma descida do desemprego. Os dados relativos ao mês anterior também foram revistos em alta, dando mais motivos à Reserva Federal para manter quaisquer alterações nos juros diretores em espera.

O mercado laboral dos EUA viu mais 147 mil postos de trabalho criados em junho, superando as projeções de mercado de 110 mil e os números do mês anterior, que foram revistos em alta de 139 mil para 144 mil. Na mesma linha, a taxa de desemprego recuou 0,1 pontos percentuais (pp) para 4,1%, isto quando os analistas esperavam o movimento inverso, ou seja, uma subida para 4,3%.

Esta é mais uma leitura a contrariar a ideia de que a maior economia do mundo começa a mostrar sinais de fragilidade, nomeadamente no mercado laboral, que foi o ponto mais positivo em termos macroeconómicos nos últimos três anos. A expectativa generalizada dos economistas é que o desemprego cresça na segunda metade do ano, mas os sinais continuam a apontar em sentido inverso.

No detalhe, contudo, o panorama é menos otimista. O setor privado criou apenas 74 mil postos, abaixo dos 100 mil esperados, e altamente concentrados em serviços de saúde, turismo e hospitalidade. Do lado público, foram os governos locais e estaduais a compensar a queda de 7 mil empregos no governo federal, à medida que a Casa Branca continua a reduzir a força de trabalho.

Contas feitas, a tendência dos últimos dois anos e meio mantém-se: estes três setores (público, saúde e turismo/hospitalidade) representam 87% dos ganhos do mercado de trabalho desde o arranque de 2023.

A Reserva Federal tem mantido uma postura cautelosa perante a incerteza que rodeia as perspetivas económicas do país, optando por não mexer nos juros de referência na mais recente reunião de política monetária. As taxas diretoras estão assim entre 4,25% e 4,5%.

Perante este cenário, a probabilidade de qualquer corte até setembro reduziu-se ainda mais, o que colocará o banco central ainda mais na mira de Trump. O presidente tem manifestado frequentemente a sua ira com o atual nível de juros, defendendo uma descida abrupta no imediato para estimular a atividade.

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