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EUA: Powell mantém discurso agressivo e porta aberta a novas subidas de juros

O presidente da Fed diz receber com agrado as notícias quanto ao recuo da inflação em vários sectores e óticas, mas sublinha que o caminho está longe de percorrido. Novas subidas estão em cima da mesa para a reunião de setembro, embora o banco central não se comprometa com nenhuma decisão.
25 Agosto 2023, 15h56

A Reserva Federal reforça o seu compromisso com a retoma da inflação de médio-prazo aos 2%, mantendo a porta aberta a novas subidas dos juros e admitindo um período de crescimento abaixo do potencial. No discurso de abertura do simpósio anual do banco central norte-americano, o presidente Jerome Powell voltou a apresentar uma postura de falcão, mesmo reconhecendo o progresso dos últimos meses.

Fed dividida quanto a subida de junho vê riscos ascendentes na inflação

Powell repetiu novamente que a inflação permanece demasiado elevada para os objetivos da Fed, mesmo depois das notícias positivas das últimas semanas. Com poucos sinais quanto a decisões futuras, o presidente do banco central admitiu que a possibilidade de novas subidas continuava em cima da mesa, apontando a “níveis suficientemente restritivos” para lidar com a pressão nos preços, usando uma linguagem semelhante à de discursos recentes.

“Apesar de a inflação ter recuado em relação ao seu pico – um desenvolvimento que saudamos – continua demasiado elevada”, sublinhou no discurso de abertura do encontro anual da Fed em Jackson Hole, no Wyoming, esta sexta-feira.

Os riscos são em ambas as direções, ressalvou: de fazer demasiado ou não fazer o suficiente. Por um lado, uma inação “pode permitir que a inflação elevada se torne entrincheirada, obrigando a política monetária a esmagar esta inflação persistente com custos mais elevados do lado do emprego”; por outro, uma subida contínua dos juros “pode trazer males desnecessários” ao país.

Powell admitiu recuos da inflação em áreas importantes da economia, embora no sector não-imobiliário as pressões sejam mais difíceis de conter “dada a menor sensibilidade às taxas de juro”, explicou. Para as próximas reuniões de política monetária, os dados que forem sendo conhecidos continuarão a ser chave.

“Dado o longo caminho que já percorremos, nas próximas reuniões podemos proceder, com cautela, à medida que avaliamos os dados que forem sendo publicados”, afirmou.

Sobre o debate quanto à adequação do objetivo de 2% da Fed numa economia mais volátil e em transformação, o presidente do organismo afastou quaisquer alterações. O alvo não se alterará, como havia já afirmado em ocasiões passadas.

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