Fabrice Leggeri: o Dr. Frontex a caminho do Parlamento Europeu

Fabrice Leggeri é o número três da lista do Rassemblement National (RN), agrupamento político francês desde sempre (mesmo que com outros nomes) abrilhantado pela família Le Pen.

É também acusado pela Liga dos Direito Humanos e pela ONG Utopia 56 de crimes contra a humanidade e de cumplicidade em crimes de tortura, com processo a correr, segundo a imprensa gaulesa, junto do juiz de instrução superior do Tribunal Judicial de Paris. Além disso, é ex-diretor da Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira, a conhecida Frontex, entre 2015 e 2022. Os queixosos acusam o antigo alto funcionário da União Europeia – que, segundo as mesmas fontes, está agora de licença do Ministério do Interior – de ter participado, quer facilitando-a, quer cobrindo-a, na repulsa de barcos de imigrantes pelas autoridades gregas para a Turquia, bem como em interceções pela guarda costeira líbia de barcos de imigrantes que tentavam chegar a Itália.

Não pode dizer-se que seja um currículo que deixe quem quer que seja vaidoso – mas pelo menos é suficientemente significativo para que o RN o coloque num lugar elegível para ir espalhar o charme das suas ideias iluminadas para o Parlamento Europeu. O problema, dizem os analistas, é que, depois de junho que vem (o mês das eleições europeias), o Parlamento Europeu corre o risco de se encher numa percentagem não despicienda de deputados que comungarão dos princípios e valores de Fabrice.

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