A Federação Nacional dos Professores (FENPROF) criticou violentamente, mais uma vez, os rankings que anualmente os jornais elaboram a partir de uma base de dados disponibilizada pelo Ministério da Educação.
“A FENPROF continua a considerar os rankings uma fraude repetida anualmente em que se compara o incomparável”, afirmou esta sexta-feira, 16 de junho, Mário Nogueira, em conferência de imprensa.
Numa segunda nota sobre o tema, o secretário geral da maior federação de sindicatos de professores do país, afeta à CGTP, acrescentou: “a FENPROF não deixa de assinalar que um ministro da Educação que se diz defensor da inclusão e da escola pública continue a disponibilizar informação que permite eaborar produtos que marginalizam as escolas públicas e discriminam os seus alunos, que ao contrário dos colégios, essas escolas não os escolhem, mas recebem a todos”.
Os rankings não avaliam escolas, referiu Manuela Mendonça, dirigente da FENPROF que também participou na conferência de imprensa e a sua divulgação tem vindo, ao longo dos anos, a introduzir variações que procurem devolver credibilidade a um processo que nunca poderá ser credível.
“Os rankings existem para promover o ensino privado, procurando ignorar a realidade e escondendo quem são os colégios que estão no topo da escala”.
Em relação ao ano letivo que terminará nos próximos 15 dias, a FENPROF reforça que “os principais problemas residem na falta de atratividade da profissão, e, consequentemente, no agravamento da falta de professores nas escolas e de professores qualificados”.
Simultaneamente, regista “a incapacidade do Governo” para resolver o problema. “Em média, durante todo o ano, mês a mês, houve cerca de 30.000 alunos que não tiveram professor pelo menos a uma disciplina. O recurso fora da profissão, para tapar os buracos deixados pela inoperacionalidade de João Costa e do Governo, reduz a qualidade e põe em causa a qualidade da resposta do serviço público de ensino”.
A falta de professores atingiu cerca de 300.000 alunos, durante, pelo menos, uma parte do ano letivo, contabiliza a FENPROF.
“Este é o principal problema que é preciso ser resolvido, pois milhares de professores continuam a abandonar a profissão e há milhares de jovens que optaram por não escolher esta profissão. A situação vai agravar-se ao longo da década, pois a profissão de professor é a mais envelhecida da Europa. O problema reside, também, no facto de o número dos que entraram nos cursos de formação inicial não compensar a aposentação crescente na última década”.
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