A Polónia declarou estado de emergência na região da fronteira com a Bielorrússia e está a planear construir um muro ao longo da linha comum, enquanto aumento até aos cerca de seis mil o número de militares ali estacionados e que têm por função impedir que os refugiados vindos da Ásia e do Médio Oriente penetrem na União Europeia.
Segundo o governo de Varsóvia, a Bielorrússia está a facilitar a passagem de refugiados pelo seu território, na tentativa de mais tarde os introduzir ilegalmente na Polónia e na Alemanha. A União Europeia já disse que esta atividade é da responsabilidade do governo bielorrusso e do seu presidente, Alexander Lukashenko.
Enquanto o novo muro não é construído – a sua edificação foi anunciada há várias semanas – a Polónia quase dobrou o número de soldados destacados para protegerem a fronteira, numa medida anunciada pelo ministro da Defesa, Mariusz Blaszczak, esta terça-feira. “Quase seis mil soldados das 16ª, 18ª e 12ª divisões estão a servir na fronteira polaca-bielorrussa”, escreveu Blaszczak na sua cinta do Twitter.
Os soldados apoiam a Guarda de Fronteira protegendo a fronteira do país e não permitindo que seja cruzada ilegalmente”, disse ainda. A Guarda de Fronteira polaca disse que houve 612 tentativas de cruzamento da fronteira só segunda-feira passada. Neste mês de outubro, foram até agora registadas aproximadamente 9.600 tentativas de refugiados entrarem na Polónia sem documentos.
A Comissão Europeia e Varsóvia estão convencidos de que este desmesurado aumento de tentativas de atravessamento da fronteira tem de ser patrocinado pelo governo do outro lado da linha e faz parte de uma movimentação orquestradas por Lukashenko, uma espécie de guerra híbrida destinada a pressionar a União Europeia por causa das sanções impostas ao país.
Por outro lado, o parlamento polaco aprovou legislação que visa legalizar o repatriamento imediato de regresso à Bielorrússia de todos os refugiados que tentarem cruzar a fronteira – algo que diversos grupos de defesa dos direitos humanos já contestou, sendo uma violação do direito internacional. Pelo menos sete refugiados que pediam asilo morreram na região desde agosto, quando a crise na fronteira teve início.
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