Global Media despede 20 pessoas contratadas por José Paulo Fafe, incluindo a direção do “DN”

A Global Media Group avançou com um despedimento coletivo de 20 pessoas que tinham sido contratadas pela anterior administração liderada por José Paulo Fafe, incluindo a direção do histórico “Diário de Notícias”. A informação é avançada pelo jornal “Eco”, que teve acesso a uma nota interna.

A contratação destes colaboradores gerou alguma polémica, durante o curto período em que a empresa foi liderada por José Paulo Fafe, devido aos elevados custos que representavam, na ordem dos três milhões de euros por ano. Com a saída de Fafe e do World Opportunity Fund do capital da Global Media, a empresa decidiu rescindir os contratos com esses profissionais que, na sua maioria, encontram-se ainda no período experimental de seis meses previsto na lei.

“O Global Media Group iniciou hoje o processo de reestruturação de equipas internas, o que nos forçou a um despedimento coletivo fundamentado na complicadíssima situação financeira que resultou da gestão dos últimos meses, cujo impacto foi público. Do processo de reestruturação decorre também a saída do diretor do Diário de Notícias, José Júdice, bem como da restante direção, a quem agradecemos o empenho demonstrado”, lê-se na missiva enviada à redação da publicação e a que o Jornal Económico teve acesso. Foi também pedido um parecer ao Conselho de Redação.

Entre os motivos para a demissão, a grupo de media evoca “motivos de mercado e estruturais”, bem como a “atividade da empresa Global Notícias Media Group”, “a crise do sector dos media”, “a diminuição da atividade da empresa”, “o desequilíbrio financeiro e medidas adotadas” e ainda a “recente aposta no reforço da estrutura e resultados obtidos”.

“Acontece que a fragilidade de resultados e a carência de meios financeiros têm limitado fortemente a capacidade da Global Notícias de investir em marketing, o que reduziu drasticamente a atividade da Direção de Inovação e Marketing Digital, em particular na região sul, esvaziando a necessidade de manter uma equipa em Lisboa”, indica a empresa.

“Estando conscientes de que este processo tem grande impacto nas operações do Diário de Notícias, tudo faremos para minorar as suas consequências. A verdade é que a situação atual era insustentável tanto do ponto de vista financeiro como do ponto de vista da equidade com os profissionais que há muito tempo mantêm viva a chama editorial do Diário de Notícias. Por isso se impunha esta decisão, que visa também lançar um projeto renovado para o DN que será desenvolvido em articulação profunda com a atual redação”, aponta a nova direção do grupo na comunicação aos trabalhadores.

Despedimento incide sobre colaboradores em período experimental

No total, a empresa vai despedir 17 funcionários, aos quais se juntam os três elementos da direção do Diário de Notícias. “Dos oito postos de trabalho recentemente criados que ainda remanescem, os postos de trabalho a manter são os que apresentam menores custos salariais e os postos de trabalho a extinguir os que apresentam maiores custos salariais”, adianta a empresa, mantendo os jornalistas com menor peso salarial.

Entre os despedidos estão assessores, jornalistas, coordenadores gráficos, motoristas, técnicos de planeamento e assistentes de marketing que foram contratados pela anterior administração do grupo, liderada por José Paulo Fafe. Estes profissionais encontram-se ainda no período experimental previsto na lei, pelo que o grupo pode rescindir os contratos de trabalho sem ter de pagar indemnizações.

Assim, o atual diretor do “Dinheiro Vivo”, Bruno Contreiras Mateus, vai assumir a direção interina do Diário de Notícias. No entanto, esta será uma transição temporária, uma vez que o jornalista “irá sair do Global Media Group, a partir de julho, para se dedicar a projetos pessoais, à docência e à investigação académica”.

Notícia atualizada às 14h00 com informações adicionais sobre as pessoas abrangidas pelo despedimento coletivo e algum contexto adicional