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Gouveia e Melo arrependido de ter anunciado candidatura a Belém antes das legislativas

Almirante na reserva tinha prometido que só anunciaria a sua decisão sobre a corrida a Belém depois das eleições legislativas. Acabou por não cumprir essa promessa e terá admitido que foi um erro de cálculo fazer o anúncio antes do desfecho eleitoral de domingo.
Lusa
16 Maio 2025, 10h19

Henrique Gouveia e Melo estará arrependido de ter anunciado que será candidato a Presidente da República antes das eleições legislativas de domingo, noticia o Expresso. De acordo com o semanário, o antigo Chefe do Estado-Maior da Armada terá confessado aos mais próximos que foi um erro de cálculo confirmar oficialmente estar na corrida a Belém numa altura em que os partidos políticos estão ainda em campanha eleitoral.

Apesar de ser o segredo mais mal guardado da política nacional, o almirante na reserva decidiu anunciar que vai “mesmo ser candidato a Presidente da República” em entrevista à Rádio Renascença na passada quarta-feira, mas o timing escolhido para o fazer desagradou os partidos políticos, até porque Gouveia e Melo tinha antes prometido que só o faria depois das eleições legislativas de domingo.

“A minha decisão é avançar com a candidatura à Presidência da República… Ela será anunciada formalmente no dia 29 de maio”, revelou, sublinhando que, se for o escolhido pelos portugueses, pode “contribuir de forma muito decisiva para a estruturação da política de médio e longo prazo, com uma visão estratégica, e para as reformas estruturais que há muitos anos estão por fazer na sociedade portuguesa”.

Nessa entrevista, Gouveia e Melo não quis comentar posições do atual Presidente da República, mas assumiu que são “pessoas muito diferentes”. “Caso os portugueses considerem que eu tenho condições para ser Presidente da República, a minha forma de atuar será muito diferente do atual Presidente”, afirmou.

Ao longo dos últimos meses, o nome do almirante foi sendo apontado como presidenciável e os apoios que foi colhendo, assim como as sondagens que o colocavam como o preferido para o cargo, foram dando gás à possibilidade e a certa altura tornou-se evidente que Gouveia e Melo iria ser candidato. Decidiu agora confirmar que vai avançar, a poucos dias das eleições legislativas.

“Tenho a expectativa de que os portugueses escolham bem qual é a governação — e o tipo de governação — que querem para o futuro. Eu tento não influenciar em eleições que têm a ver com os partidos políticos”, disse, justificando o momento da confirmação com a necessidade de enviar convites numa altura em que o tempo começa a escassear.

“O tempo para o anúncio da minha candidatura começa a ser curto, porque preciso de enviar convites para a cerimónia. Seria, como se diz (risos), um segredo muito mal guardado. E pronto, tenho esta oportunidade para dizer de viva voz que vou verdadeiramente ser candidato… e no dia 29 de maio farei anúncio formal da candidatura”, justificou.

Gouveia e Melo, que se tornou conhecido dos portugueses por ter coordenado a vacinação contra a covid-19, junta-se, assim, a Luís Marques Mendes (candidato que será apoiado pelo PSD) e Mariana Leitão (Iniciativa Liberal) na corrida à sucessão de Marcelo Rebelo de Sousa. André Ventura, presidente do Chega, é outro dos candidatos já anunciados, embora o partido tenha admitido rever essa candidatura por causa do cenário de eleições legislativas antecipadas.

À esquerda, continua por ser conhecido o candidato apoiado pelos socialistas: António José Seguro e António Vitorino são duas das opções em cima da mesa.

 

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