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Governo acredita que aposta no hidrogénio verde vai trazer avanços na industrialização e mais emprego qualificado

No Plano Nacional do Hidrogénio, publicado esta sexta-feira em Diário da República, o Executivo de António Costa compara a dinamização de um cluster industrial em torno do hidrogénio ao cluster eólico criado em 2005, salientando o seu “elevado potencial exportador”.
14 Agosto 2020, 14h49

O Governo considera que a aposta no hidrogénio verde vai promover novos avanços na industrialização do país e criar mais emprego qualificado. No Plano Nacional do Hidrogénio, publicado esta sexta-feira em Diário da República, o Executivo de António Costa compara a dinamização de um cluster industrial em torno do hidrogénio ao cluster eólico criado em 2005, salientando o seu “elevado potencial exportador”.

“A indústria nacional, recorrendo ao conhecimento e às capacidades e engenharia já existentes, poderá tirar partido desta nova economia emergente do hidrogénio através, por exemplo da produção de equipamentos (eletrolisadores, transporte, distribuição, armazenamento, entre outros), com elevado potencial exportador”, indica o Governo, numa resolução do Conselho de Ministros publicada em Diário da República.

O Executivo socialista considera também que a indústria vai beneficiar igualmente de “todas as novas competências que serão criadas à medida que este novo mercado cresce, se consolida e a tecnologia se desenvolve”. A ambição do Governo socialista é a de que criar um cluster industrial em torno do hidrogénio, que crie valor acrescentado, emprego qualificado e contribua para o reforço da economia.

Na resolução do Conselho de Ministros, a dinamização de um cluster industrial em torno do hidrogénio é comparada ao cluster eólico nacional criado entre 2005 e 2008, que, de acordo com as contas do Governo, é “ainda hoje responsável por um volume de exportação na ordem dos 300 milhões de euros” e permitiu gerar mais de 1.800 empregos diretos e mais de 5.500 indiretos.

O documento foi publicado depois de o secretário de Estado Adjunto e da Energia, João Galamba, ter anunciado, no início de julho, que o Governo vai disponibilizar até 40 milhões de euros até 2030 para financiar projetos no âmbito do hidrogénio verde, sendo que a intenção é que se repitam concursos neste valor todos os anos até 2030.

O Governo dá conta de que “Portugal conta já com vários projetos e iniciativas, de pequena e média escala”, no que toca ao hidrogénio, que “já representam uma oportunidade para o desenvolvimento do tecido industrial nacional, aliado à descarbonização da economia, que, em muitos casos, apresenta potencial de exportação associado”. “Importa dar seguimento a estas iniciativas e promover e incentivar este movimento”, indica.

Exemplo disso é a indústria dos transportes, em particular a do transporte de passageiros, onde Portugal vai marcando posição. “Com base nas competências já desenvolvidas, em particular na área de engenharia e de produção de chassis, a indústria nacional foi capaz de desenvolver e apresentar ao mercado um autocarro a hidrogénio, sendo a primeira empresa da Europa a usar a tecnologia de pilha de combustível”, indica o Governo.

A energia e da indústria química são outros dos subsetores da economia onde o Governo afirma que o hidrogénio “é desde já uma oportunidade para o crescimento e criação de valor acrescentado, associando inovação e crescimento industrial à descarbonização da economia”. No caso particular da indústria química, o Governo prevê que Portugal possa posicionar-se como um país líder na produção de amónia verde.

Também na indústria ferroviária surge “uma clara oportunidade em torno do hidrogénio com elevado potencial para criação de valor acrescentado”. Nas atuais instalações onde se desenvolvem atividades de manutenção e reparação de material circulante (Guifões, Entroncamento, Poceirão, entre outros), o Governo diz que há potencial para “associar à atividade de reabilitação de material circulante ferroviário a componente do hidrogénio”, através da “transformação de locomotivas e automotoras a diesel para hidrogénio”.

“Com este novo enquadramento, será possível posicionar Portugal enquanto país líder na economia do hidrogénio, valorizando e reforçando a capacidade industrial e científica que já existe no país em setores estratégicos, e onde já hoje somos competitivos, colocando Portugal na liderança na inovação, no desenvolvimento de nova tecnologia e de novos serviços nas várias componentes da cadeia de valor do hidrogénio”, indica o Executivo socialista.

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